Medida atende à reivindicação da categoria, que vem fazendo dupla jornada
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Medida atende à reivindicação da categoria, que vem fazendo dupla jornada Divulgação
Por Thiago Gomide
Ser professor é...

É aguentar quem nunca deu aula nem de pebolim dizer que tem um método para revolucionar a Educação.

É estar no principal refúgio de muitos estudantes, carentes de atenção, cuidados e, cada vez mais comum, comida.

É ouvir de muitos pais – não todos, evidentemente – que é o responsável pelos equívocos do “filhão campeão”.

É lutar por melhorias em uma área que todo mundo diz ser essencial, mas que na hora pra valer é deixada de lado rapidinho.

É dividir o palco com os estudantes, promovendo a voz de muitos que nunca nem se ouviram.

É dormir tarde, acordar cedo e estudar sempre.

É ser chamado de vagabundo por aquele que você educou.

É não ter medo dos desafios por maiores que eles sejam. E nunca são pequenos.

É não ter medo de quem quer que seja.

Pra justificar baixos salários, é cansar de ouvir que “ser professor é uma vocação”. Aham, senta lá.

É remar contra uma maré que adora o “quanto pior, melhor”.

Por causa de fragilidades conhecidas, é alguém que precisa se virar nos 30 para ensinar matemática, língua portuguesa, geografia e o que estiver faltando...professor.

É escutar que no Japão só os professores não precisam se curvar ao imperador. Dá até sono.

É corrigir trabalhos, testes, provas fora do horário e nem sempre receber por isso. Ou melhor, na maioria das vezes não receber por isso.

É correr o risco de receber parabéns hoje e ser xingado amanhã pelo mesmo que te abraçou.

É interagir com uma turma de dezenas de estudantes e se desdobrar para transmitir o conteúdo.

É ser-humano como qualquer outro. Há medo, falhas, ansiedade e depressão.

É construir diariamente barcos para atravessar os também cotidianos temporais.

Ser professor é bailar de sapatos brancos.

É enxergar no escuro.

É ser intenso, imenso e profundo.

Ser professora é abrir janelas.

Da alma e do mundo.
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