Creche Favo de Mel - Divulgação
Creche Favo de MelDivulgação
Por Thiago Gomide
Por razões diversas, foi sendo concebida uma pirâmide de valorização dentro do campo educacional: o professor universitário tem mais importância e melhor ganhos ao do ensino médio e por aí vai até chegar na creche.
Escutar a creche é quase um sacrilégio para vários.
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Pensando em pais, infelizmente não é nada complicado esbarrar com alguns que defendem que creche é lugar dos filhos passarem o tempo. Há quem diga que as profissionais ganham para se divertirem.
A Covid-19 fez com que a turminha ficasse em casa e muitos familiares sentissem na pele que, de cara, não é fácil gerir nem a própria cria durante longo tempo. Imagine vinte ou trinta. Divertido, não? Além disso, um dos fatores mais importantes: o processo vivido na creche é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, motor, social, emocional da criança.
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Em países avançados, como a Noruega, a Educação Infantil é o passo que se destina mais atenção – e investimentos. É nesse estágio que vai se formar o cidadão bem preparado para a alfabetização e, por consequência, para o futuro. Não é um “deixa que resolvemos lá para frente”. É um vamos fortificar a raiz para que todo o crescimento da árvore seja bacana.
Pensando em gestores públicos e lideranças em geral, não é nada complicado esbarrar com alguns que defendem que é preciso investir nas creches, mas não botam um real além da linha regulamentar. Há quem diga e saiba que há inúmeras pesquisas indicando o que acabei de dizer e mesmo assim preferem patrocinar intelectualmente a tal pirâmide.
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Já há algum tempo o protagonismo do estudante em sala de aula é pauta de intermináveis fóruns, colóquios, palestras, lives e afins. Didática e metodologia ativas impulsionam ainda mais esse tema. O universo digital não para de chacoalhar a roseira da Educação. O aluno não quer mais ser passivo no processo. Isso assusta que é uma belezinha.
Pois bem, raramente vejo a galera que trabalha em creche participando desses debates. E deveriam. Deveriam muito. Deveriam abrir e serem ouvidas. Com atenção. Poucos sabem tanto de protagonismo do estudante. Naquele espaço não há como o profissional não dividir o palco. A vaidade se desfaz.
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Na história do Brasil, o atendimento em creches e até pré-escolas se desenvolveu à margem do sistema educacional. Era filantrópico, de caridade, recreação. Isso fez amadurecer os inúmeros equívocos.
As profissionais e os profissionais (há diversos homens, sim!) estão se preparando cada vez melhor. Os resultados são vistos em experiências bem sucedidas tanto em escolas privadas como públicas.
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O jeito carinhoso de ser chamada de “tia” não pode diminuir o peso que aquela figura carrega. Parafraseando Neil Armstrong, são os primeiros passos de um homem para se chegar à lua.
A Educação só pousará em outras realidades se ouvir a creche. Caso contrário, é o mesmo que acreditar que a maça apareceu na árvore sem nunca ter recebido os nutrientes absorvidos pela raiz.  
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Comemoração
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Dia 20 de outubro é dia do profissional de creche.
Fica o imenso beijo da coluna. 
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Criar brinquedos a partir do reaproveitamento?
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É isso que faz a professora Mônica Nehrer, da Creche Municipal Renascer, em Del Castilho
Há dois anos entrevistei-a no programa "Dando Ideia", na MultiRio, que faz aniversário hoje (21).