Publicado 13/07/2021 17:32
Ao invés do grandioso Theatro Municipal, uma lagoa.
Uma lagoa que lembra muito a do Rodrigo de Freitas.
Uma lagoa que era vizinha do mar. Uma lagoa, dizem as más línguas, que guardava segredos e até o casco de uma embarcação naufragada.
A construção do Theatro Municipal demorou quatro anos. Pouco, pensando na realidade e nos desafios. Foi em cima da lagoa de Santo Antônio. Havia muita instabilidade.
Cerca de 300 funcionários puseram de pé um dos prédios mais emblemáticos do nosso país.
O Municipal, como é conhecido, nasceu do sonho de inúmeras pessoas, em especial as ligadas à cultura.
Olavo Bilac, eleito “príncipe dos poetas” pela revista Fon-Fon, foi um dos maiores entusiastas. O dramaturgo Arthur de Azevedo, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, brigou até onde pode para sair do papel – infelizmente morreu um ano antes de ser inaugurada.
O escritor Lima Barreto era dos poucos que nadava contra a ideia, acreditando ser mais um “monstrengo” no centro da cidade, acompanhando a atual sede da Biblioteca Nacional.
Não dá para agradar a todos, apesar da beleza dos mármores carrara de diferentes cores, da elegante decoração comprada nos catálogos dos mais diferentes países mundo afora, dos lustres de cristal, dos detalhes em ouro, da imponente águia de cobre dourado, das esculturas de Rodolpho Bernardelli e da obra “A dança dos lobos”, pintada no teto por Eliseu Visconti.
O Theatro Municipal, com H por favor, ajudou a projetar o país para outro patamar cultural. Tínhamos em fim um grande palco na capital capaz de receber óperas, danças, intrínsecas peças...
Inspirado na “Ópera de Paris”, o Municipal foi inaugurado em uma data marcante para os franceses: 14 de julho, dia que se comemora a queda da bastilha. O ano foi 1909.
Quem cortou a fita e posou para aplausos foi o prefeito Sousa Aguiar, hoje nome de hospital, e o presidente Nilo Peçanha, hoje nome de avenida.
Mas quem resolveu tirar esse negócio do papel foi um conhecido político: Pereira Passos, o mesmo da reforma que mudaria a face do centro tentando dar ares europeus.
O projeto final, inclusive, é do Francisco de Oliveira Passos, filho do polêmico prefeito do começo do século XX.
O Theatro Municipal é um orgulho para o Rio de Janeiro, para a arte brasileira, para a reflexão cultural do mundo.
Uma peça no Municipal ganha outras cores. Uma ópera no Municipal desperta novos sentidos. Ouvir uma música da sétima fileira te conecta à beleza.
Uma lagoa que lembra muito a do Rodrigo de Freitas.
Uma lagoa que era vizinha do mar. Uma lagoa, dizem as más línguas, que guardava segredos e até o casco de uma embarcação naufragada.
A construção do Theatro Municipal demorou quatro anos. Pouco, pensando na realidade e nos desafios. Foi em cima da lagoa de Santo Antônio. Havia muita instabilidade.
Cerca de 300 funcionários puseram de pé um dos prédios mais emblemáticos do nosso país.
O Municipal, como é conhecido, nasceu do sonho de inúmeras pessoas, em especial as ligadas à cultura.
Olavo Bilac, eleito “príncipe dos poetas” pela revista Fon-Fon, foi um dos maiores entusiastas. O dramaturgo Arthur de Azevedo, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, brigou até onde pode para sair do papel – infelizmente morreu um ano antes de ser inaugurada.
O escritor Lima Barreto era dos poucos que nadava contra a ideia, acreditando ser mais um “monstrengo” no centro da cidade, acompanhando a atual sede da Biblioteca Nacional.
Não dá para agradar a todos, apesar da beleza dos mármores carrara de diferentes cores, da elegante decoração comprada nos catálogos dos mais diferentes países mundo afora, dos lustres de cristal, dos detalhes em ouro, da imponente águia de cobre dourado, das esculturas de Rodolpho Bernardelli e da obra “A dança dos lobos”, pintada no teto por Eliseu Visconti.
O Theatro Municipal, com H por favor, ajudou a projetar o país para outro patamar cultural. Tínhamos em fim um grande palco na capital capaz de receber óperas, danças, intrínsecas peças...
Inspirado na “Ópera de Paris”, o Municipal foi inaugurado em uma data marcante para os franceses: 14 de julho, dia que se comemora a queda da bastilha. O ano foi 1909.
Quem cortou a fita e posou para aplausos foi o prefeito Sousa Aguiar, hoje nome de hospital, e o presidente Nilo Peçanha, hoje nome de avenida.
Mas quem resolveu tirar esse negócio do papel foi um conhecido político: Pereira Passos, o mesmo da reforma que mudaria a face do centro tentando dar ares europeus.
O projeto final, inclusive, é do Francisco de Oliveira Passos, filho do polêmico prefeito do começo do século XX.
O Theatro Municipal é um orgulho para o Rio de Janeiro, para a arte brasileira, para a reflexão cultural do mundo.
Uma peça no Municipal ganha outras cores. Uma ópera no Municipal desperta novos sentidos. Ouvir uma música da sétima fileira te conecta à beleza.
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Presidência
Após uma gestão bem comentada no Museu da Imagem e do Som (MIS-RJ), a historiadora Clara Paulino assumiu o Theatro Municipal em janeiro desse ano.
O MIS-RJ está atualmente sob a administração do jornalista César Miranda Ribeiro, ex-presidente da RioFilme.
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