Publicado 15/12/2021 09:00 | Atualizado 15/12/2021 19:06
Bala perdida é uma coisa. Bala de canhão perdida é outra. Na história bélica do Rio de Janeiro, já vivemos essa situação um tanto quanto enlouquecedora. Durante a revolta da Armada, em 1893, um tiro disparado por um canhão atingiu uma Igreja, fez estragos e até hoje atrai curiosos incrédulos com o que aconteceu.
Após a renúncia de Deodoro da Fonseca, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o cargo. Deveria ser de maneira interina, mas o amor ao poder bateu mais forte. Ao invés de organizar novas eleições, o “Marechal de Ferro” resolveu ficar. Inconformados com essa situação e também exigindo reconhecimento igual ao Exército, generais da Marinha expressaram publicamente os descontentamentos. Fazendo jus à fama, Floriano Peixoto mandou prender os líderes. Em 1893 teria a resposta dos oficiais. O Rio viveria dias de guerra.
Após a renúncia de Deodoro da Fonseca, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o cargo. Deveria ser de maneira interina, mas o amor ao poder bateu mais forte. Ao invés de organizar novas eleições, o “Marechal de Ferro” resolveu ficar. Inconformados com essa situação e também exigindo reconhecimento igual ao Exército, generais da Marinha expressaram publicamente os descontentamentos. Fazendo jus à fama, Floriano Peixoto mandou prender os líderes. Em 1893 teria a resposta dos oficiais. O Rio viveria dias de guerra.
Um zum-zum-zum tomou conta do centro do Rio de Janeiro no dia 6 de setembro de 1893: navios estavam apontando suas armas para a cidade e a qualquer momento haveria o bombardeio. Moradores arrumaram as trouxinhas e se mandaram. Comerciantes fecharam as portas. Ficou tudo deserto. O temor era grande. Tiros foram trocados em diferentes lugares do Rio de Janeiro, inclusive na Ponta da Armação, em Niterói.
Do encouraçado Aquidabã um estampido ressoou. Em segundos, a bala atravessava o céu da rua do Ouvidor. No relógio passava de 17 horas. 25 de setembro de 1893. A sequência é de parte da cúpula da torre da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores ruindo. Uma estátua representando a Religião despencou lá do alto e, por milagre, só quebrou alguns dedinhos. Não havia ninguém rezando no momento, felizmente. Os estilhaços chegaram à um prédio vizinho, arrebentando paredes, e à outros imóveis ainda mais distantes. Estado de Sítio foi estabelecido e a confusão envolvendo marinheiros e Governo mudou de canto: Florianópolis. A “Revolta da Armada” ganhou novos e sangrentos capítulos.
Do encouraçado Aquidabã um estampido ressoou. Em segundos, a bala atravessava o céu da rua do Ouvidor. No relógio passava de 17 horas. 25 de setembro de 1893. A sequência é de parte da cúpula da torre da Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores ruindo. Uma estátua representando a Religião despencou lá do alto e, por milagre, só quebrou alguns dedinhos. Não havia ninguém rezando no momento, felizmente. Os estilhaços chegaram à um prédio vizinho, arrebentando paredes, e à outros imóveis ainda mais distantes. Estado de Sítio foi estabelecido e a confusão envolvendo marinheiros e Governo mudou de canto: Florianópolis. A “Revolta da Armada” ganhou novos e sangrentos capítulos.
Quem for à Igreja pode ver em destaque o projétil do canhão bem ao lado da imagem. É caso raro de exposição de bala perdida.
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Fim do Aquibadã
Apaixonados por mergulho se aboletam para visitar a carcaça do Aquidabã, em Angra dos Reis. Repousando em águas límpidas, o encouraçado traz, além das histórias de conflitos, um caso muito polêmico: em janeiro de 1906, uma explosão no paiol matou mais de 100 tripulantes. Muitos outros ficaram feridos. A embarcação transformou-se numa enorme bola de fogo e partiu-se ao meio. Esse foi o motivo de ter ido à pique.
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Anderson Paulino
Especialista em formação de professores, o também professor Anderson Paulino é agora o responsável pela...Formação Continuada de toda a rede da Secretaria Estadual de Educação.
Paulino é originalmente professor da Secretaria Municipal de Educação.
Que tenha sorte!
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