Até recentemente, era comum a orientação de se castrar cadelas o mais cedo possível. Há cerca de um ano, porém, especialistas começaram a avaliar o preço dessa precocidade.
"Por conta de complicações que algumas filhotes sofriam por serem castradas antes do primeiro cio, como incontinência urinária, problemas na genitália e cistite recorrente, muitos veterinários entenderam que é melhor operar após o primeiro cio. Assim, esperamos uma formação melhor da musculatura e do sistema urinário da cadela", explica Fernando Elísio Amaral Torres, professor da Faculdade de Patologia Cirúrgica de Pequenos Animais e responsável técnico da Policlínica Veterinária da Universidade Estácio de Sá.
A recomendação de se castrar os bichos vai muito além de se evitar superpopulação. No caso das cadelas, é comum surgirem tumores em ovários, útero ou mamas antes da fase adulta. Em 70% dos casos, malignos. Para os machos, os riscos existem, mas o procedimento pode acontecer quando o bichinho tiver 5 ou 6 anos — quando o risco de doenças nos testículos ou próstata têm probabilidade de surgirem.
Em gatos, a castração pode causar uma grande mudança, especialmente daqueles 'rueiros', que vão brigar na rua com outros machos: além de voltarem feridos, eles podem contrair diversas doenças felinas. Geralmente, nas gatinhas a castração é feita aos seis meses e após passar pela fase de vacinação.
O especialista dá um alerta: "Para quem acha mais barato ministrar às fêmeas hormônios para inibir o cio, é bom saber que o medicamento, a longo prazo, pode provocar tumores e diabetes".
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