Eu tinha três opções: ficar só na mídia digital, ficar só na TV ou me dedicar às duas. Ainda tenho muita energia e, administrando bem o meu tempo, darei conta de atuar em todas as frentes. Também entendo que internet e televisão não são estanques, não estão em universos separados. Quem não entender que a comunicação tem que ser multiplataforma vai ficar para trás.
Não trabalho com crenças, trabalho com fatos. Dispenso utopias, não vivo num mundo imaginário, vivo no mundo real. E o que deu certo não foi o Estado enorme, tutor, 'pai de todos', fomentador de crescimento e desenvolvimento. O progressismo, com seu politicamente correto, se realmente quer promover o bem, é contraproducente. O que consegue é nos dividir, nos separar, alimentar a vitimização, ressentimentos e desejo de vingança. Não abro mão de defender menos Estado, livre mercado e um país com princípios morais, que respeite os valores em que construímos a nossa sociedade. É só olhar o que deu certo no mundo, para definir o caminho para o desenvolvimento. A RedeTV! trabalha com a verdade, com a realidade, não aposta em rupturas, em revoluções, mas na manutenção do que funciona e na mudança gradual daquilo que pode melhorar. Vamos na mesma direção.
Desde que o mundo é mundo, as pessoas se agrupam conforme suas afinidades. Isso é inevitável. O ideal, para todos, é manter a mente aberta, o senso crítico. O Twitter me parece uma plataforma em que as discussões se dão de forma mais direta. No YouTube, os contrapontos não precisam estar necessariamente no mesmo canal. Assim como uma emissora de televisão pode ter dois programas com linhas de pensamento opostas. Para que haja um debate é preciso encontrar pessoas que não sejam desprovidas de argumentação, que não sejam descoladas da realidade. Esse tipo de gente, quase sempre, parte para a agressividade, o xingamento e, assim, inviabiliza qualquer conversa.
Sou um jornalista mais tradicional, no sentido de que não me considero mais importante do que a informação, porque sei que a estrela é a notícia. E sempre fui extremamente versátil. Trabalhei, no início, muito dedicado a reportagens policiais. Depois, migrei para pautas de cultura e comportamento. Nos cinco anos de Globo News, me aprofundei nas editorias de política, economia e internacional. Foram 14 anos no jornalismo esportivo, que se aproximou muito do entretenimento. Quando saí da Globo, em 2017, apresentei um reality show na Band. Então, quando cheguei ao 'Aqui na Band', a adaptação, por conta da minha experiência e com a ajuda de toda a equipe do programa, não foi complicada.
Silvia e eu temos opiniões diferentes sobre vários temas, mas nos damos bem. As pessoas têm que entender que precisamos respeitar o direito de o outro ter opinião, mesmo que ela seja diferente da nossa.
Assim que eu soube da saída da Silvia, enviei mensagem a ela. E torço para que ela volte logo à televisão. Gostaria de ver a Silvia num programa noturno, em horário nobre, uma mistura de Hebe Camargo com Jô Soares. Seria incrível.
Isso não aconteceu. Fizemos o último programa ao vivo e, à noite, no mesmo dia, Vildomar me avisou que a emissora passaria a exibir reprises do 'Aqui na Band', até que fosse decidido um novo produto para o horário. Vildomar, que é um grande amigo e parceiro, responsável por boa parte do meu crescimento, Nathalia Batista e eu saímos do programa no mesmo momento.
Sobre minha saída, respeitando as cláusulas perenes do contrato que eu tinha com a Band, não posso falar muito. Uma emissora tem todo o direito de reformular um programa, tirá-lo do ar. Não me cabe comentar possíveis motivações para a implementação de mudanças.
Terei mais de um programa na RedeTV!. Estou trabalhando em três projetos, além do que está sendo pensado para as mídias digitais. E haverá, sim, debate de ideias, espaço para o contraditório.
Não posso entrar em detalhes sobre os projetos ainda. Um dos programas será diário. Terei também um programa semanal, cujo formato vai variar a cada semana. Serão quatro formatos. O terceiro projeto para a TV mantenho em sigilo total. Nas mídias digitais vamos replicar os produtos da emissora e também exibiremos conteúdos originais, exclusivos.
Na faculdade de Comunicação estudamos o tal 'público universal'. A vontade, claro, será sempre atingir todos os espectadores, independentemente de idade, sexo, escolaridade, poder aquisitivo. E o meu público, especificamente, é bem variado. A característica em comum é que todos sabem a importância que a política tem. Eles querem agregar mais e mais informações, querem um jornalismo posicionado, não aquele que se disfarça de isento e equilibrado. São pessoas conectadas, atentas, com senso crítico, que sabem bem o poder que a informação correta pode lhes proporcionar. Sobre a opção pela RedeTV!, diante das oito propostas que recebi quando saí da Band, os motivos são variados. O horizonte amplo de atuação na emissora, a chance de desenvolver projetos desde o início, partindo do zero, a conexão entre a emissora e as mídias digitais, a empatia imediata com o Marcelo de Carvalho, o Amilcare Dallevo e, principalmente, o Franz Vacek, superintendente de Jornalismo, Esporte e Digital. Além disso, vou poder continuar tocando meus projetos pessoais na internet, principalmente o canal no YouTube.
Boa parte da mídia tradicional se comporta como um partido político derrotado nas eleições. Omitir ou diminuir o que é bom no governo, aumentar o que é ruim, até mesmo inventar problemas, defeitos, isso tem sido um comportamento comum de alguns veículos de comunicação. Chegamos ao cúmulo de ver a Associação Brasileira de Imprensa pedir o impeachment do presidente da República. Definitivamente, não é papel do jornalismo fazer de tudo para derrubar um governo.
Se um entrevistado, ainda que isso seja condenável, pode, eventualmente, ser agressivo, deselegante, um repórter, um entrevistador não pode jamais perder a linha. Temos sempre que apostar na sensibilidade, no equilíbrio, na técnica, em situações, em momentos, em perguntas variadas que levem a alguma resposta. O presidente é uma pessoa autêntica, sincera, direta. Mudar seu jeito parece impossível. Ele é mais rude, reativo, e alguns jornalistas se aproveitam disso. Seria melhor um presidente conciliador, que evitasse confronto com a imprensa? Talvez. Certo é que muito pior seria termos um presidente que quisesse "regular a mídia", o que Bolsonaro nunca cogitou, mas Lula e Dilma, sim, diversas vezes. E não me recordo de jornalistas, na época dos governos petistas, terem reagido com tanta veemência a essa tentativa de controle da mídia. Graves são as grosserias do Bolsonaro... Da mesma forma, a reação destemperada do presidente à pergunta de um repórter vira uma agressão à imprensa, que foi incapaz de protestar contra a prisão, sem qualquer base legal, do jornalista Oswaldo Eustáquio.
Como o presidente é espontâneo, impulsivo e boa parte da imprensa alimenta uma guerra contra ele, o melhor é que fale menos com os jornalistas. Ele já faz 'lives' às quintas-feiras, talvez pudesse dar apenas entrevistas coletivas pontuais, preferindo sempre o silêncio a uma reação mais dura. O conselho que eu daria a ele é bem simples: tenha paciência. Ainda que às vezes seja difícil, ser paciente é sempre recomendável.
Não tenho motivos para arrependimento nesses meus 32 anos de carreira em televisão. Nunca me considerei mais importante do que a informação, do que o conteúdo que eu transmito, nunca me considerei mais importante do que ninguém, sempre acreditei no trabalho em equipe, sempre trabalhei com fatos, buscando a verdade. Sempre fui direto, objetivo, claro. Sigo da mesma forma.
Se tive Covid-19, fui assintomático. Fiz apenas um teste rápido e o resultado foi inconclusivo. Fui fotografado apenas duas vezes no pátio do estacionamento de um supermercado perto da minha casa. Um local ao ar livre, sem aglomeração, em dias ensolarados. E só retirei a máscara quando já estava perto do meu carro. Já entrevistei dezenas de infectologistas, imunologistas, epidemiologistas, virologistas, e não há certeza sobre a necessidade do uso de máscaras em ambientes externos, com muita luz solar e sem aglomeração. Pesquisas feitas em vários países mostram que a contaminação em lugares assim é baixíssima. Na China, por exemplo, entre 7 mil pacientes investigados, foi detectado apenas um caso de contágio em ambientes externos, envolvendo duas pessoas que se encontraram na rua e conversaram durante certo tempo.