Rafa Kalimann
Rafa KalimannDivulgação/Guilherme Lima
Por O Dia
RAFA KALIMANN é a entrevistada deste domingo. A atriz e influencer abriu seu coração e falou sobre seu namoro com Daniel Caon, as dificuldades de ter participado de um reality, família e seus erros e acertos na vida. Rafa disse, ainda, que sonha ser mãe. Ela também lembra da época em que se mudou para São Paulo para trabalhar e sentava ao lado do trocador no ônibus para fugir do assédio masculino no coletivo.
A primeira pergunta não poderia deixar de ser sobre Daniel Caon. Você disse lá atrás que era uma relação sem rótulos e que estava se permitindo. Agora, depois desse pedido hollywoodiano de namoro você já considera uma relação mais madura?
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Sim. Sempre foi uma relação madura. Tanto que nós esperamos, sem rótulos, nos permitindo para ter certeza de que queríamos ficar juntos e começar um namoro. Isso é muito sério para nós dois, que estamos sentindo essa relação, e para o público, que torce por nós e torce pela minha felicidade. Foi necessário, foi gostoso dessa maneira, com calma, com um passo de cada vez, nos conhecendo cada vez mais e nos surpreendendo cada vez mais para ter certeza de que nós queremos ficar juntos.
Quando estava na Casa de Vidro, Daniel disse que tinha ficado com você. O que aconteceu de fato? Por que o relacionamento não vingou naquela época?
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Nós 'ficamos' há sete anos. Nós nos conhecemos aqui em Goiânia. Eu estava a passeio na cidade e ele também e amigos em comum nos apresentaram. Demos um beijo e nada mais do que isso. Fui para Uberlândia, ele foi para Vitória e cada um seguiu a sua vida. Nós nunca mais nos vimos, mas ficou um carinho ali. Eu soube dentro do 'BBB' que ele era um dos participantes da Casa de Vidro e assim que eu saí, quis mandar uma mensagem para compartilharmos essa experiência. Mandei, nós começamos a conversar e acabamos nos permitindo a nos conhecer melhor (risos).
Não teve medo perder tudo que tinha conquistado por causa da sua postura no decorrer do jogo?
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Seria uma loucura que alguém não pensasse nessa possibilidade ao participar do 'BBB' e, claro que a gente coloca isso na balança antes de entrar e é natural sentir esse medo. Mas, por um outro lado, eu tinha muita segurança de quem eu sou, dos meus valores... Então, mesmo que soubesse que eu seria pega de surpresa com várias situações, eu tinha e tenho uma ideia clara de quem eu sou para poder enfrentar todos desafios. Desafios que eu enfrentei.
O que existe de verdade na possibilidade de trabalhar na Globo? Vi que algumas atrizes criticaram a possibilidade de um contrato, já que muitas estão desempregadas.
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Essa possibilidade existe para 2021. Não é nada para agora e neste momento eu estou me preparando bastante. Sobre as críticas. eu não vi nada.
Desde dentro do reality existem muitas críticas em relação ao seu jeito de ser. O que acha desses julgamentos? É o lado ruim da fama?
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Eu acho que infelizmente - e esse infelizmente com bastante ênfase -, está muito comum e parece que as pessoas se sentem na obrigação de buscar um motivo para julgar, criticar, vaiar e condenar. Fui pega de surpresa com várias coisas. Por exemplo, eu tive uma postura legal em relação a um posicionamento do jogo e as pessoas disseram que eu estava atuando, que eu na verdade era um atriz. Eu estava com a minha inteligência emocional equilibrada porque eu já vinha me preparando há muitos anos. São longos anos que eu me esforço para me aprimorar e ser uma pessoa melhor, me enriquecer como ser humano. 'Ah, ela fez coach para entrar' e com o olhar para a crítica. São vários cenários que eu entendi doendo, mas entendi. Não interessa o que eu faça ou deixe de fazer, vai ter sempre alguém para criticar. Eu e todas as pessoas que optaram por ter uma vida pública.
Você ameaçou sair das redes por contas das críticas que recebeu após uma dublagem que se referia ao caso Mariana Ferrer. O que aconteceu?
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Não ameacei sair das redes sociais até porque é o meu trabalho e da minha família e todo mundo depende disso. Foram as redes sociais que me permitiram chegar em vários lugares e eu sou muito grata. Eu me afastei especificamente do Twitter porque estava me fazendo mal. Tudo o que eu falava estava sendo levado para um outro lugar, que não tinha nada a ver, nenhum contexto. Então por mim e pelas minhas seguidoras no Twitter, eu preferi me afastar porque elas tentavam me defender e virava uma bola de neve. A questão da Mariana, eu fiz um vídeo e fui muito infeliz porque eu não olhei para um outro lado da interpretação daquele vídeo. Eu vinha uns dois, três dias falando muito sobre nas redes sociais e tinha até feito um texto. Quando vi aquele vídeo, eu enxerguei de uma forma de protesto. Eu não enxerguei o vídeo de forma diferente. Depois que eu postei, as pessoas começaram a falar e aí eu parei e respeitei tudo o que as pessoas estavam falando. Olhei de novo o vídeo e percebi. Não era a minha intenção o que as pessoas estavam vendo e por isso eu apaguei o vídeo. O que me deixou muito chateada. Eu conversei com a Mari, ela é irmã de um grande amigo e ele falou que não tinha enxergado com um olhar ruim a minha postagem e a própria Mari também entendeu e isso me tranquilizou. Eu senti muito e sei que muitas mulheres ficaram chateadas com o vídeo. Eu peço até perdão. Serviu como lição para que eu analise melhor e veja mais a fundo todas as alternativas de interpretações que eu vá postar. Eu agi no calor da emoção.
Você disse que mantém a sua família. Como funciona isso?
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A minha família toda trabalha comigo. A gente vem de um lugar muito humilde do interior de Minas Gerais (Campina Verde) e quando as coisas começaram a acontecer para mim nas redes sociais, eu trouxe todos eles para ocupar uma função na minha vida e no meu trabalho. A minha empresa é toda formada por primas, pelo meu irmão e a minha mãe também ajuda. O meu pai está descansando (risos). Está mais tranquilinho em casa, mas me ajuda também e me dá muito apoio. Hoje, nós temos uma vida bem diferente do que tínhamos e isso acontece graças às redes sociais e à internet.
O que você sonhava fazer quando criança?
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Engraçado essa pergunta porque hoje eu realizo muito o que eu sonhei lá atrás. Eu lembro muito de pegar o controle e fazer dele um microfone, fingindo que estava dando uma entrevista para a TV. Lembro de fazer poses para fotos de uma campanha, para uma revista. Participar do 'Big Brother Brasil', eu sonhava desde muito novinha. Eu era uma criança que sonhava alto (risos). Até a minha casa que eu moro hoje, eu sonhava como ela seria quando mais nova.
A Rafa Kalimann é uma mulher...
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É uma mulher forte. Eu acho que isso é o que mais me define por tudo. Pela minha trajetória, pelas coisas que eu batalhei e conquistei, pelos meus erros, meus acertos. Tudo.
O seu maior defeito e qualidade?
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Vixe... O meu maior defeito? Eu vou pontuar dentro do que as pessoas que eu mais amo na vida falam de mim: que eu sou uma pessoa fria. Eu tenho muitas dificuldades de mostrar sentimentos, demonstrar saudades e afeto. Sou zero assim. Apesar de que eu estou melhorando isso depois do 'BBB'. A qualidade... eu acho que é a lealdade. Eu sou muito leal aos meus. Eu dou a minha vida pelas pessoas que eu amo, de tê-los por perto e de vê-los bem. Eu tiro de mim para o meu irmão, para os meus pais e os meus primos. Eu quero que eles se sintam bem e acolhidos, se sintam confortáveis e seguros. Eu sou leal a eles e aos meus amigos.
O que é difícil aceitar ou esquecer?
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É difícil aceitar falta de empatia, falta de caráter, de uma pessoa que não saiba se colocar no lugar do outro e que não tem princípio. É difícil esquecer... eu não esqueço a dor de uma traição de alguém que eu goste de forma geral seja no amor ou na amizade. Também não esqueço da minha avó que se foi, mas ela está comigo o tempo todo no meu pensamento e no meu coração.
Já sofreu assédio ou algum tipo de cantada que passou do limite? O que fez? Pode contar?
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Claro que já sofri assédio. Acho que o difícil é encontrar alguma mulher que não tenha passado por uma situação como essas. Eu não consegui te mencionar alguma diretamente de fato, mas de uma forma geral, cantadas nas redes sociais, cantadas nas ruas, olhares constrangedores e abordagens vulgares. Tem até um caso, que outro dia me lembrei disso. Eu era bem novinha. Mudei para São Paulo aos 14 anos, sem muitas condições, sem muito dinheiro, porque como te falei a origem da minha família é bem humilde. Eu tinha que trabalhar e estudar para viver em São Paulo. Então, eu me tornei muito vulnerável e muito madura bem cedo. Lembro de pegar ônibus para ir à escola ou aos castings e eu sentava perto do trocador porque ali era onde eu me sentia segura dos olhares dos homens, daquele homem que gostava de passar mais apertado, sabe? De forma proposital? Aquilo me constrangia. Eu não entendia direito o que era aquele sentimento dentro de mim, mas aquilo me deixava mal e eu tive que buscar me blindar e me proteger. Eu estava completamente sozinha, em São Paulo, e tinha que fazer do meu jeito. Eu era uma menina sozinha que precisava estudar e correr atrás. Essa é a realidade de muitas mulheres, muitas mesmo, nos transportes públicos. Elas vivem esse assédio e estou falando nesse caso específico, mas existem outros espaços que nós também somo vulneráveis.
O que ainda te falta?
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Me falta ser mãe. Sem pressa porque eu sei que na hora certa isso vai acontecer. Eu vou me sentir muito realizada quando eu for mãe porque é um grande sonho.
Com anda seu trabalho voluntário com a África? Você vai continuar com ele?
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Claro. O trabalho voluntário em Moçambique é contínuo e vai fazer oito anos. Nós estamos sempre muitos ativos com tudo e neste ano, infelizmente, não pude ir. O primeiro ano que eu não participei, mas nós mantemos contato com as pessoas que estão lá, voluntários da ONG e o próprio pessoal de Moçambique. Estamos programando algumas ações, mas estamos de mãos atadas até a pandemia do coronavírus acabar. Estamos acompanhando e buscando recursos.
Agora que tem mais condições financeiras pensa em investir mais nesse seu lado missionária?
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Sempre foi um propósito aqui em casa. Desde que as coisas começaram a melhorar, conseguimos nos estabilizar e não faltar nada dentro de casa, todo mês nós destinamos uma parte para isso. Continuamos e agora aumentou (risos). Graças a Deus.
Está estudando para ser atriz? O que tem feito?
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Faço aulas de interpretação e fonoaudiologia todos os dias.
Você e a Gabi Martins ainda são amigas? Como está a relação de vocês hoje depois daquele episódio da Covid-19?
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A Gabi é uma menina brilhante e ainda tem muitas coisas para viver pela frente. Eu acredito muito no sucesso dela, acredito na voz dela e acho que ela tem um dom, sim, igual e acho que ela vai brilhar muito. Torço muito para a Gabi.
O que ninguém sabe sobre a Rafa Kalimann?
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É muito difícil ter alguma coisa que ninguém saiba sobre mim. Eu fiquei três meses totalmente exposta... mas... eu acho que eu sou mais menina do que demonstro. Principalmente agora porque acho que de dois anos para cá, eu percebi que por ter me tornado madura tão cedo, acabei não curtindo tanto a magia de ser mais menina e, hoje, eu estou me permitindo viver isso mais. Eu me permito me sentir mais, ser um pouco mais carente, mais manhosa.
Nas suas redes sociais, apesar de querer mostrar uma vida real, você acaba criando um padrão alto de qualidade/ estilo de vida que vai desde o café da manhã que sua prima faz para você postar até seu pedido de namoro, que foi algo fora da realidade das pessoas 'comuns'. Você não acha que de alguma forma isso pode ser prejudicial para suas fãs que não conseguem alcançar esse padrão?
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Acho que seria uma hipocrisia se eu mostrasse algo diferente. Se eu mostro o meu café da manhã, é porque aquele é o café da manhã que eu estou tomando. É a minha realidade. Como eu já falei para você, é a minha realidade que foi muito suada para conquistar, para construir. Lembro que, quando era mais nova, que eu via nas revistas mulheres com estilos diferentes do meu e tinham conquistado, eu me sentia motivada para realizar as minhas coisas. Então, eu acho que tudo é a percepção de quem vê. Eu sempre tento mostrar para as pessoas quem nem tudo é aquilo. Por exemplo: com relação ao pedido de namoro. No dia seguinte, eu abri os meus stories e coloquei que parâmetro é o amor, a intenção do outro que saiu da zona de conforto para me surpreender. Eu tento, sim, mostrar que essa é a minha realidade de agora, mas para ter essa realidade foi necessário muito esforço e trabalho. Eu também mostro o outro lado, que é viver de pé não chão e colhendo a manga do pé que essa também é a minha realidade. Eu acho que tudo é uma questão de quem está vendo e eu gosto de ser a mais sincera possível. Se eu estou em um ambiente de luxo ou em ambiente mais simples, não importa. O que importa é você ser feliz e se sentir bem. Pegar um story fatiado e tirar do contexto não vale. Eu procuro escancarar a minha realidade.
Fazendo uma comparação só como referência, podemos dizer que você é a Kim Kardashian brasileira?
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Não tem nada a ver (risos). Nada a ver essa comparação porque são realidades completamente diferentes e mesmo se fosse uma realidade parecida, eu não sou ninguém para ser alguém. Eu sou a Rafa, a Kim Kardashian é a Kim Kardashian e a gente nunca é ninguém para ser alguém. A gente é o que a gente é e pronto.
Você fala de autoaceitação, mas você vive a vida que quer ou a vida que quer que as pessoas vejam nas redes sociais?
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Com toda e absoluta certeza eu vivo a vida que quero. Já vivi a vida que queriam que eu vivesse e isso é um fato. Quando comecei nas redes sociais, não tinha maturidade para entender a importância de a gente ser, antes de mais nada, quem a gente realmente é. Para assim, então, ser aceita por um público, querida por um público ou não. Antes de mais nada, eu não posto o que eu não quero, eu não vou onde não quero, eu não falo o que não quero nem estou com pessoas que não estou afim para aparecer ou postar ou até porque as pessoas exigem de mim. E exigem. Antes de qualquer coisa, eu sou eu mesma.