Emerson e o prédio alugado para a Prefeitura de Nova IguaçuReprodução
Por O Dia
Publicado 11/01/2021 05:00 | Atualizado 11/01/2021 15:03
Professora do ensino fundamental, Maristela Oliveira Barbosa está há dois anos brigando na Justiça para receber a indenização trabalhista do Centro Educacional Nova Escola de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense do Rio. Ela e outros funcionários foram demitidos antes do pedido de falência da família do jogador Emerson Sheik, dona do estabelecimento. A escola foi criada em 2004 e fechou as portas em novembro de 2018.
"Ninguém recebeu um tostão. A minha mulher, felizmente, conseguiu um emprego no ano seguinte, mas vários ex-funcionários da escola continuam desempregados e estão até passando necessidades. Eles alegam que perderam tudo porque a escola era comunitária. Mentira. As mensalidades cobradas eram nos mesmos valores das instituições particulares mais prestigiadas e mais caras de Nova Iguaçu. Os funcionários não têm culpa da má gestão", admite à coluna Luiz Guilherme, marido de Maristela.
Publicidade
Também professor, Luiz conta que a escola era comandada diretamente pelos irmãos Lígia e Cláudio Passos, mas todos comentavam que Márcio, verdadeiro nome do ex-atacante do São Paulo e de outros grandes times brasileiros e com passagens em clubes japoneses e árabes, tinha uma participação. "Em setembro de 2012, o Emerson deu várias entrevistas dizendo que tinha investido R$ 100 mil para criar a escola e agora ele alega que é só proprietário do prédio, que inclusive está alugado para abrigar uma escola municipal (Compactor) no Jardim Iguaçu. A Prefeitura paga R$ 25 mil reais de aluguel por mês e isso é público", explica Luiz, que ainda revelou que todos os ex-funcionários entraram na Justiça contra os três irmãos.
A coluna procurou a assessoria do ex-jogador, que confirmou ser ele o dono de prédio alugado no momento e  ter ciência de que várias pessoas entraram na Justiça. Na nota, a equipe de Emerson Sheik admite que ele saiu do quadro societário há um tempo: "A escola não é dele. Já saiu do contrato social há muito tempo. Alguns funcionários entraram sim, na Justiça, mas contra os dois irmãos (sócios). O Emerson não está a par das reivindicações das pessoas, pois não tem qualquer vínculo com a escola, que foi decretada a falência. O prédio é sim do Emerson e está alugado agora para a Prefeitura".
Leia mais