Por O Dia

Tragédia e comédia. As máscaras do teatro grego, lembram? Mas, muito antes, já existiam povos que usavam máscaras para mostrarem poder. Ou, para imporem medo. Há registros pré-históricos do uso desses adornos em regiões onde hoje é a Europa. Há povos, hoje em dia, que ainda as usam, principalmente no Carnaval - no Brasil e em Veneza - e no México - Dia dos Mortos, que é comemorado festivamente.

Mas os tempos mudam. Apesar dos médicos usarem o apetrecho desde o tempo em que o arco-íris era em preto e branco, nós, todos os povos, nos dias de hoje, temos usado como defesa contra a contaminação do vírus que assola a humanidade: a covid-19. Por falar em humanidade, hoje é o Dia Mundial da População! Mas, temos muito pouco a comemorar. As desgraças nesse mundo louco são maiores... Guerras, fome, perseguições, doenças, pobreza, roubalheiras, desmatamentos...

Peço que me perdoem por voltar ao triste tema. Mas não resisti. Entre as mortes e os atingidos pelo vírus, há detalhes hilários. Por exemplo: as máscaras - em todos os tempos e nos atuais. Aliás, nesse momento, elas são badaladas diariamente. Cá entre nós, acredito que nem os tristemente quase famosos black blocs, identificados pelo vestuário e a máscara V, estão vestindo a que é indicada por nossas autoridades sanitárias. Fiz uma pesquisa particular, pelo 'DATALUAR', e descobri que um terço da população brasileira não usa a proteção.

Será que os exemplos, os maus, têm influência nessa 'rebeldia'? Nós podemos relaxar com a nossa própria segurança e saúde, mas, jamais, poderemos expor o próximo. Então, vamos lotar os shoppings, os calçadões, as praias, para a troca de vírus? E as crianças, indefesas? Alongando o isolamento social, aumentamos o desemprego, a crise financeira. É causa e efeito. Os transportes públicos abarrotados, com dinheiro circulando de mão em mão, têm endereços certos: nós mesmos. Não estamos em férias e nem mesmo em feriadões.

Se a mais barata maneira de autoproteção - e a do próximo - é a tal máscara, e o distanciamento, vamos à luta. Eu, particularmente, estou na minha caverna, equipada com Wi-Fi, desde o dia 17 de março, trabalhando em home office... Claro que estou deprimido, sem grana, com saudades da família, doido para as churrascadas e cervejadas nos finais de semana. Ah, as praias com os cenários magníficos, recheadas de mulheres lindas e com poucas roupas... A ida até a academia, os longos bate-papos nos bares da vida. E os passeios até a Ilha Grande? Aliás, acho que deixei uma dívida em um bar lá no Abraão... Mas, devo e não nego. Pago quando voltar lá. Ôh, Carlinhos, aguenta que não esqueci da merreca que pendurei no início de março. Não depositei na sua conta no banco porque tô duro!

Ih, quase esqueci das máscaras, lá do início. Até mesmo as dos faraós - incluindo os Faraós da Núbia, tristemente ocultados pela história -, a dos índios, dos irmãos africanos, dos 'deuses astronautas'... (não convém falar sobre as máscaras mortuárias). As de Brasília, amigas e amigos, merecem um capítulo e tanto. Como o nosso espaço é pequeno, vou me restringir a uns poucos e discutíveis detalhes. Um deles, quase que vemos quase diariamente: o 'poderoso chefão', o presidente, não quer e não gosta de usar a máscara do tipo cirúrgica, item obrigatório no Distrito Federal e por cá, no Rio, também. O contato físico é outra encrenca. Mas, a última do chefão chegou a ser hilária e acabou repercutindo - como umas outras - no mundo inteiro: "Máscara é para viad...". Lembram? Então, nós, os héteros, não devemos usa-las. E tá falado. Que horror.

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