Publicado 21/11/2020 06:00
A malandragem tupiniquim já falsifica ovo cozido, caneta bic, água mineral, cerveja, refrigerante, azeite, óleo de soja, combustíveis - lembram quando falsificavam prótese com material reciclado em oficinas de fundo de quintal ? Aqueles que ortopedistas usam em cabeça de fêmur, joelhos...? - relógios, tênis, roupas e o diabo a quatro.
Mas, agora, temos o Pix para desafiar os trambiqueiros e hackers de plantão. Todos nós lembramos dos medicamentos feitos com farinha, encomendas, via transportadoras, que chegam com pedras, paus, macaxeira no lugar de tablets e celulares. A pandemia serviu para aprimoramento de golpes cibernéticos e invasões de zaps, e-mails, saques indevidos dos auxílios emergenciais dos mais pobres e desempregados, os desvios de verbas públicas para a Saúde e merenda escolar.
Ih, vou parar de lembrar os golpes dos mestres das falcatruas. Meu chefe vai reclamar porque estou desperdiçando espaço.
Mal acostumados pela rapidez na divulgação dos resultados nas eleições, fomos surpreendidos pelo atraso "causado por defeito técnico" no sistema, que não usa a internet, do TSE... Se usasse... E o Amapá, sem energia elétrica, sem eleição, sem luz, água, bancos, geladeiras, combustíveis, medicamentos conservados no frio que estragaram "mas os culpados serão punidos" - e, logo, antes de conseguirem restabelecer totalmente o fornecimento de energia, outro apagão derrubou as promessas de normalidade "para breve".
Mas, não somos maricas. O Pix chegou para que possamos pagar as contas, que não tiveram abatimento de 25% (o mesmo dos salários) com mais agilidade e rapidez. Já esquecemos os respiradores importados a peso de ouro, que sumiram ou desapareceram nos desmontes dos hospitais de campanha, que, aliás não chegaram à inauguração.
E o inquérito dos despoluentes da geosmina? Acho que desapareceram nos esgotos, já devolvidos ao mar, que poluem os peixes, que nós consumimos e devolvemos novamente aos esgotos, que voltam ao mar, para recomeçar o ciclo. E vamos comprar mais despoluentes ! E vamos seguir as madeiras, exportadas legalmente da Amazônia, mas que são derrubadas ilegalmente. A tecnologia está tão badalada mundo afora, pode (e deve) rastrear as madeiras.
Mas temos, agora o Pix. Não vamos esquecer dos sinais da internet, mais oscilantes que o dólar. Nem do petróleo que atingiu as praias do Norte e Nordeste. E nem do álcool que importamos dos Estados Unidos em plena safra de cana no Brasil. Ah, as praias estão liberadas, os bares e boates, também. Pandemia é coisa da Europa e dos Estados Unidos.
A covid brasileira torce pro Flamengo (ih, defenestrado agorinha) e adora o Carnaval. Papai Noel não vai ser contaminado: ele vem no Natal com roupas, touca e luvas em pleno verão para se proteger do vírus. Os shoppings aguardam, ansiosos, a chegada dos clientes, com febre ou sem febre. E os ônibus, trens, metrô continuam abarrotados de candidatos à enfermos. Mas o comércio vai respirar sem uso de aparelhos... Cá entre nós: o Paraguai está fabricando alguma vacina?
E a eleição norte-americana, ainda no papel e votos encaminhados pelos Correios - céus, se fosse usado por aqui, a milícia tomaria conta total e não, como agora, parcialmente - não descobriu o Pix. Se esse novo sistema é tão seguro, porque não se usa para a escolha do presidente norte-americano?
Deve ser a maravilha para o Caixa Dois. Mas, já me disseram que tem bandido se preparando para usa-lo nas investidas criminosas nos chamados sequestros-relâmpagos. Bem, estou em prisão domiciliar, aqui na caverna equipada com internet capenga, livre desses bandidos e, até agora, longe do Pix, tentando me proteger da segunda onda. Afinal, não sou surfista para pegar onda.
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