Publicado 22/01/2021 06:00
A atual conjuntura me levou a procurar ditados, e frases, que usamos para todas as ocasiões. Boas e más. Nossas ou dos gringos. Velhas ou novas. Vou começar pelos chineses, acredito que é oportuno. São toneladas de pensamentos. Escolhi uns poucos e quero mostrar, ou lembrar.
Depois, se me permitem, vou mostrar uns outros, indianos, de um país, tal qual a China, que andam atormentado nossa mente. Não me peçam para falar de Confúcio, por favor. O primeiro: "O cão não ladra por valentia e, sim, por medo". Porreta ! Outro: "A palavra é prata, o silêncio é ouro". Gostaram? Eis outros: "Procure acender uma vela ao invés de amaldiçoar a escuridão". Mais um: "Não há que ser forte, há que ser flexível". O último chinês: "As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos nos acostumando ao mau cheiro".
Agora, os indianos. Para começar, um bem curtinho: "Muitas vezes, o silêncio é a melhor resposta". Outro, também pequeno mas sempre atual: "As palavras cortam mais que as espadas". Outro, oportuno: "O ladrão conhece um ladrão, assim como o lobo conhece outro lobo". Mais um: "Os vasos que não se enchem de água, cedo transbordam de pó". O último: "Não importa quanto você foi longe no caminho errado . Volte e comece no certo".
Bem, isso me trouxe frases e pensamentos que vi aqui, no nosso rincão. Tem um que ouvi durante conflito agrário, há mais de 20 anos, no Pontal do Paranapanema, São Paulo. Soldado da PM cutucando, com cassetete, velho de uns 80 anos de idade que estava sendo expulso do local. O ancião se vira e diz em tom alto: "Cuidado. A onça fica velha mas não perde as pintas!".
O policial não entendeu o recado, olhou para um companheiro, que começava a rir. E riu também. A situação era tensa e poderia explodir o conflito a qualquer momento. Entretanto, nesse momento, todos riram e o velho não foi mais empurrado.
Uma frase que li, em para-choque de caminhão, no Amapá, BR 201, mostra o bom humor do brasileiro nos trocadilhos. Em plena mata, o velho veículo transportando uma mudança de pobre (o cachorro estava na boleia), trazia o letreiro "Saia com a mulher do amigo mas mantenha a sua direita". Eu e o fotógrafo Estrela, que me acompanhava na ocasião, apesar da fome, tivemos que rir.
Aprendi a prestar muita atenção nas frases que surgem pela vida. Uma delas, ouvias seis horas de uma manhã calorenta de uma segunda-feira. Parei para fazer um rápido lanche no Bar do Tião, na Rua Bela, em São Cristóvão, a caminho do trabalho, ali pertinho, na Avenida Brasil, 500. Entrou um cidadão sujo, camiseta rasgada, descalço e bermuda surrada. Passava por um momento de transtorno financeiro-amoroso, segundo o comerciante. O homem gritou: boca que não merece beijo, cachaça nela ! Bota uma aí, ô Tião. Essa "filosofia de bar" virou um samba, composto pelo saudoso amigo Adail, chargista da velha guarda e que já nos deixou antes do combinado.
A última, que ouvi quarta-feira, foi do ex-presidente Trump, pouco antes de embarcar, de carona, em Washington, no Air Force One: Eu voltarei, de alguma maneira...
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