Procurador da força-tarefa da Lava Jato no Rio disse ao Informe que "mesmo personagens graduados de organizações criminosas podem fechar acordo de colaboração premiada". Explicou: "Essas organizações não têm necessariamente um desenho piramidal, com apenas uma cabeça no comando. Normalmente, funcionam como hidras." Ou seja, se o aspirante a delator puder entregar outras cabeças do esquema, há, sim, possibilidade de um termo de colaboração ser celebrado.
"Obviamente que alguém que está em um nível muito alto da organização criminosa terá que nos oferecer algo maior. Afinal, se já chegamos até ele é porque temos provas robustas. Não adianta oferecer mais do mesmo. A dinâmica da investigação é que vai precificar a negociação", continuou o integrante do Ministério Público Federal, que ressaltou falar de forma genérica, sem se referir a acusados específicos.
A pergunta é:
Teria o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (MDB), cabeças da hidra a entregar? Réu na Lava Jato, deixou o advogado Nélio Machado, contrário a delações, para ser defendido por João Mestieri, responsável pelo acordo de colaboração do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, como publicou 'O Globo'. Amigos negam que Picciani tenha acenado com delação.
Judiciário
Comenta-se que eventual delação de Picciani atingiria importantes nomes do Judiciário fluminense.
Fator filho
Picciani, que ontem recebeu autorização para cumprir prisão domiciliar, resistiu a fazer o pedido à Justiça. Não queria deixar para trás o filho Felipe, que também cumpre prisão preventiva na Cadeia Pública de Benfica. O apelo de amigos e a dificuldade em manter o tratamento para se recuperar de um câncer foram determinantes — em julho, Picciani teve a bexiga e a próstata retiradas.
Novos ares
Desde 1988 filiado ao MDB, o apresentador Leleco Barbosa, filho de Chacrinha, acaba de deixar o partido e de se filiar ao PP do vice-governador Francisco Dornelles. Concorrerá a deputado estadual.
Azedou!
O deputado federal Hugo Leal se desfiliará hoje do PSB. A conversa com o presidente do partido, Carlos Siqueira, não foi boa. A pessoas próximas, Leal criticou a falta de gentileza de Siqueira, que não o avisou sobre a filiação de Alessandro Molon e sobre a mudança no comando do partido no Rio — a presidência estadual migrou de suas mãos para as de Molon. Leal é cobiçado por partidos como PDT e PSC.
Fernandes no PDT?
O PDT também cobiça o secretário municipal de Assistência Social, Pedro Fernandes, que, de saída do MDB, estava perto de se filiar ao PRB do prefeito Marcelo Crivella. Deputado estadual licenciado, Fernandes se encontrará hoje com Carlos Lupi, presidente do PDT.
Assim com Marina
Depois de cinco anos viajando só com o Flamengo, o presidente do Rubro-Negro, Eduardo Bandeira de Mello, recém-filiado à Rede, foi a São Paulo participar do pontapé inicial do programa de governo da presidenciável Marina Silva.
Novo posto na Barra
O Detran negocia com a prefeitura a cessão de um terreno no Parque dos Atletas, na Barra, para que sirva de posto de vistorias. "A ideia é que ele esteja funcionando até o fim do ano", diz Vinicius Farah, presidente do Detran.
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