Por PAULO CAPPELLI

Mesmo em crise, a prefeitura gastou no ano passado cerca de R$1,279 bilhão apenas em gratificação a seus servidores. Na planilha de gastos obtida através de uma fonte do governo, constam nada menos que 34 tipos diferentes de bônus que turbinam os vencimentos de funcionários comissionados e concursados.

As despesas variam desde o pagamento de dupla regência para professores com duas matrículas até encargos especiais (premiação) para celetistas, para representantes de gabinetes, para servidores da Procuradoria Geral do Município e para quem exerce função de confiança (é nomeado para cargo comissionado). Também há gratificação por produtividade e para quem faz cursos. Ontem, o Informe mostrou o caso de uma subsecretária vinculada à Casa Civil que ganha R$ 26 mil em gratificações.

Resposta

Procurada no início da tarde de ontem, a prefeitura pediu mais tempo para confirmar os valores que constam da planilha obtida pela Coluna, mas reconheceu o alto gasto. "Os vencimentos básicos pagos pelo município são muito baixos. As gratificações são penduricalhos que foram criados ao longo dos anos para complementar o salário. Por exemplo: a dupla regência é enquadrada como gratificação, mas, na verdade, é uma hora extra paga aos professores. Diferentemente da iniciativa privada, as gratificações da prefeitura são oriundas da legislação. Na maioria das vezes, não é um ato discricionário do prefeito concedê-las ou não", alega o secretário da Casa Civil, Paulo Messina (PRB).

Quem tem razão?

A Câmara aprovou ontem, em primeira discussão, as contas do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) referentes a 2016 — as mesmas reprovadas por técnicos do Tribunal de Contas do Município. O curioso é que, entre os vereadores que aprovaram, estão políticos da base do prefeito Marcelo Crivella (PRB), como o seu líder do governo, Jairinho (MDB), e o seu ex-secretário de Saúde, Carlos Eduardo (SD). Ou seja: Crivella põe a culpa da crise do município na gestão de Paes, já seus aliados...

Neto, mulher, filho e nora

Como aumentaram os fios brancos na cabeça de Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016. Ontem, autorizado pela Justiça, o ex-governador conheceu seu neto, filho do deputado Marco Antônio Cabral (MDB), e conversou com a mulher, Adriana Ancelmo, o que não fazia há quase um ano. A reunião familiar durou 20 minutos.

Sem acordo

Ex-secretário de Crivella e pré-candidato do PRB a deputado federal, Rubens Teixeira ficou frente a frente com o advogado Victor Travancas, na 32ª Vara Criminal, no Centro. Para retirar o processo por difamação, exigiu que Travancas se retratasse nos meios de comunicação e que não se referisse a ele, a Crivella e à família do prefeito por um período de quatro anos. Travancas não concordou.

Lembrando

Travancas entrou com ação na Justiça afirmando que Teixeira, então secretário de Transportes, acumulava o salário de funcionário do Banco Central. Teixeira negou a acusação e processou o advogado.

Você pode gostar
Comentários