Christino Áureo alerta para a dificuldade do governo saldar suas dívidas com a perda de arrecadação e, com isso, sair do regime de recuperação fiscal. 'Seria e extinção de um estado da Federação' - Alexandre Brum / Agência O Dia
Christino Áureo alerta para a dificuldade do governo saldar suas dívidas com a perda de arrecadação e, com isso, sair do regime de recuperação fiscal. 'Seria e extinção de um estado da Federação'Alexandre Brum / Agência O Dia
Por PAULO CAPPELLI

Rio - Ex-secretário estadual de Agricultura e ex-chefe da Casa Civil do governador Pezão, Christino Áureo (PP) quer deixar a Assembleia Legislativa para se tornar deputado federal. Articulador do Palácio Guanabara junto à Alerj para que o Rio aderisse ao programa de recuperação fiscal, Christino diz que quer criar a 'bancada do petróleo' em Brasília.

O DIA: O senhor foi secretário de Agricultura, chefe da Casa Civil e, hoje, é parlamentar na Alerj. Por que quer ser deputado federal?

Christino Áureo (PP): Esse último desafio na Casa Civil (articulando o projeto de recuperação fiscal) me fez ver o quanto é importante ter uma boa representação em Brasília. Precisamos ter, no Congresso, pessoas que conheçam a realidade do estado. No momento que o Rio de Janeiro mais precisou, 26 deputados federais votaram contra a recuperação fiscal. Também quero montar a 'bancada do petróleo' em Brasília, que defenda os interesses dos estados e municípios produtores de petróleo, como Rio, São Paulo e Espírito Santo.

As restrições impostas para aderir à recuperação fiscal não vão deixar o futuro governador engessado para fazer investimentos?

Vai ser um novo gestor aqui e também um novo presidente. Com isso, talvez se possa chegar a uma renegociação que reestruture com mais tranquilidade o endividamento do Rio. O incremento com a receita do petróleo dará um conforto maior para que que esse ajuste seja feito. Um ponto importante: o próximo governador vai ter que ter uma atitude responsável, que é restruturar a Previdência estadual. Sem isso, não haverá sustentabilidade. Não dá para fazer promessas vazias. Mas haverá espaço para o bom endividamento, como para investir em infraestrutura. Os futuros governador e presidente poderão renegociar a dívida para manter financiamentos de longo prazo com o Banco Mundial e empréstimos com o BNDES. Ou então fazer parcerias privadas que tragam capital para investir no risco das operações.

O senhor esteve cotado para ser vice de Eduardo Paes (DEM) na disputa ao governo, mas ele acabou escolhendo Comte Bittencourt (PPS). Isso o incomodou?

Não. Foi uma ótima escolha. O Comte é um deputado muito respeitado. O que a gente quer é que a aliança seja a mais ampla possível. Dentro do partido existem visões diferentes, mas é uma boa escolha. Estamos engajados para eleger o Eduardo. É claro que o vice-governador Dornelles (presidente do PP-RJ) precisa ser ouvido, tem grandes contribuições a dar.

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