Comte, secretário de Governo, comanda o Cidadania, ex-PPSRafael Wallacer/ Alerj
Por PAULO CAPPELLI
Publicado 20/08/2018 03:00

A Coluna entrevista hoje o deputado estadual Comte Bittencourt (PPS), escolhido para ser o vice na chapa de Eduardo Paes (DEM) ao Palácio Guanabara. Ao defender o nome do ex-prefeito do Rio para o governo, o parlamentar argumenta: "O Eduardo não é o Sérgio Cabral".

O DIA: O discurso do PPS prega a renovação política. Apoiar Eduardo Paes (DEM), experiente e com passagens por tantos partidos, não é um contrassenso?

Comte Bittencourt (PPS): A renovação que o PPS prega é comportamental, não geracional. A crise da política brasileira é uma crítica de valores, de comportamento. Temos tido várias decepções na política de pessoas novas com comportamento antigo.

Presidido pelo senhor, o PPS não apoiou Paes quando ele indicou Pedro Paulo Carvalho (DEM) para sucedê-lo na prefeitura em 2016. O que mudou de lá para cá?

Discordamos da apresentação do nome do Pedro Paulo, por conta do cenário em que ele estava envolvido naquele momento (acusação de ter agredido a ex-mulher) e que depois ficou esclarecido. É bom lembrar: apoiamos o Fernando Gabeira (à época no PV) em 2008 contra o Eduardo para a prefeitura. E decidimos apoiar o Eduardo já na reeleição em 2012 pelo conjunto da obra. Apoiamos o Eduardo Paes enquanto fazíamos oposição ao Sérgio Cabral. Então ali a gente já deixou claro que o Eduardo não é o Cabral. Não temos nenhum constrangimento nesse apoio ao Eduardo.

Por que o PPS desistiu da candidatura de Rubem Cesar ao governo?

Não conseguimos transformar o nome do Rubem num centro gravitacional da política. Não tínhamos, sozinhos, como colocar uma candidatura majoritária. Decidimos retirar a candidatura, e o próprio Rubem foi um dos primeiros a indicar o desejo de ver o partido apoiando o Eduardo. Tínhamos também o Ivanir dos Santos, seria um grande candidato ao Senado. Mas não tivemos força política na aliança para impor o nome dele na chapa majoritária (a vaga de Ivanir ficou com a ex-secretária de organização governamental do prefeito Marcelo Crivella (PRB), Aspásia Camargo, do PSDB).

O senhor preside a Comissão de Educação da Alerj desde 2004. Caso Paes seja eleito, será o secretário de Educação?

Com certeza não serei. Vou ajudar na indicação, se o Eduardo assim quiser, mas não serei o secretário. Assumirei as funções da vice-governadoria, ajudando o Eduardo nas questões que ele achar pertinentes.

Aliado de Paes, o deputado Dionísio Lins (PP) te criticou dizendo que o senhor foi eleito vice-prefeito de Niterói e abandonou o cargo.

Eu não deixei o cargo. Eu não assumi. Renunciei em 2017, um ano depois de eleito, por conta do quadro de crise que o estado passava. Conversei com o Rodrigo Neves (PDT), um dos grandes prefeitos do Brasil, que compreendeu a situação. Em nome de Niterói e do Rio, me senti com mais responsabilidade de, naquele momento de crise, continuar na Assembleia Legislativa.

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