O ex-prefeito afirmou que mantinha relação institucional com os petistas para beneficiar o Rio e cravou: "Eleger o Witzel é botar o Crivella no Governo do Estado" - Armando Paiva
O ex-prefeito afirmou que mantinha relação institucional com os petistas para beneficiar o Rio e cravou: "Eleger o Witzel é botar o Crivella no Governo do Estado"Armando Paiva
Por Paulo Capelli

RIO - A Coluna entrevista hoje Eduardo Paes (DEM). Ex-prefeito da capital fluminense, ele disputa com Wilson Witzel (PSC) o segundo turno da corrida ao governo do Rio.

O DIA: Seu adversário tenta associar a imagem dele à de Jair Bolsonaro e a sua à do PT. Como avalia essa nacionalização?

Eduardo Paes: As pessoas falam que eu era amiguinho do Lula, amiguinho da Dilma. Amiguinho nada! Eu tratava bem e me aproximava para beneficiar as pessoas da minha cidade. No meu segundo ano na Prefeitura do Rio, fiz uma negociação com o Banco Mundial. Caiu em 20% a dívida da prefeitura com a União. Depois, em 2016, a dívida caiu 80%. Fruto de articulação política. Falam que eu vivia com o Lula, com o Sérgio Cabral, com o Temer. Vivia mesmo! Mas não porque tinha prazer. Não estava chamando para tomar um chopinho, ouvir um samba da Portela.

No primeiro turno, Flávio Bolsonaro (PSL) fez caminhada de mãos dadas com Witzel. No segundo turno, o clã Bolsonaro se declarou neutro. O senhor fez algum pedido a Jair Bolsonaro?

Se tivesse feito, não te contava. Eu elogiei a decisão dele e disse que era uma colaboração com o processo democrático. Te garanto que tenho muito mais relação com Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro do que esse sujeito. O meu adversário quer sempre ficar embaixo da asa de alguém. Ora é o Bolsonaro, ora o Bretas, ora o Moro. Acontece que Bretas e Moro foram enfrentar o crime. Ele amarelou.

Secretário de Obras na sua gestão, Alexandre Pinto prestou depoimento acusando o senhor de participação em desvios. De que forma essas declarações impactam sua campanha?

Uma pessoa que foi presa duas vezes, que está presa há quase dois anos, que nunca falou meu nome. Aí agora vem e diz que ouviu falar numa história. Claro, três palanques (depoimentos) faltando dias para a eleição é estranho.

O senhor fala em "palanques". Vê interferência do Judiciário no processo eleitoral?

O dia que eu achar que é isso, vou dizer: "O Brasil se perdeu". A Justiça tem que funcionar. Eu acredito na Justiça e nas instituições.

O senhor tem falado que os sistemas de controle falharam, mas, como chefe do Poder Executivo, não tinha como fiscalizar?

Mais ou menos, né? Você acompanha, mas tem sistemas de controle. Não saiu nenhuma denúncia, nenhuma nota dizendo que o cara estava roubando. Vou criar a Secretaria de Integridade Pública. Ela vai acompanhar a vida de todos os ocupantes de primeiro escalão. "Ah, isso é ilegal". Dane-se. Então não aceita o cargo.

Qual a principal diferença entre o senhor e Witzel?

Ele é o desconhecido, eu sou o conhecido. Ele é o inexperiente, eu sou o experiente. Ele é o Crivella no Governo do Estado. Ele tenta ser um transgênico do Bretas e do Moro, mas, como diz o Romário, foi frouxo e saiu correndo. 

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