Luiz Paulo (PSDB) - Divulgação
Luiz Paulo (PSDB)Divulgação
Por CÁSSIO BRUNO

Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), de 73 anos, se reelegeu deputado estadual pela quinta vez. Vice-governador de Marcelo Alencar e secretário na gestão Cesar Maia (DEM) na prefeitura do Rio, o parlamentar é hoje presidente da Comissão de Tributação e membro das Comissões de Constituição e Justiça e de Orçamento da Alerj.

Em entrevista, Luiz Paulo fala sobre o futuro financeiro do Estado, Coaf e a decisão de apoiar o petista André Ceciliano à Presidência da Assembleia, que está alinhado com o governador Wilson Witzel (PSC).

O DIA: O novo governo assume com um rombo de R$ 8 bilhões. Como reverter isso?

LUIZ PAULO: Além do rombo, o Estado terá R$ 11 bilhões de restos a pagar acumulados. Não podemos desconsiderar. Existem algumas medidas: combate à sonegação fiscal, na ordem de R$11 bilhões/ano; revisão dos incentivos fiscais, que estão em R$ 10 bilhões/ano; a criação pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) de novas metodologias de cálculo do repasse de royalties na exploração do gás; revisão dos repasses da Lei Kandir e do Decreto de internalização do Repetro, com articulação entre os estados do Rio, Espírito Santo e São Paulo. Há um campo imenso para o governador trabalhar.

O Regime de Recuperação Fiscal com a União foi bom ou ruim?

Em tese, foi bom, pois foi suspenso o pagamento do serviço da dívida com a União, que no ano da assinatura era de R$ 9 bilhões/ano. O Estado pôde, com isso, contrair empréstimos. Entretanto, o regime precisa ser revisto para ajustar determinadas metas e renegociar o pagamento mantendo-se a correção monetária e retirando os juros ou o reduzindo substancialmente ou, ainda, alongando o prazo de pagamento. Caso contrário, o governo vai pagar montante superior a R$18 bilhões/ano.

O que levou o governo ao caos financeiro?

Gestores incompetentes. Descapitalização do RioPrevidência, tomada de empréstimos desnecessários visando interesses espúrios. O planejamento estratégico era inexistente.

O Coaf diz que seus assessores movimentaram R$ 7,1 milhões.

Oficiei ao Ministério Público as explicações escritas e documentais de dois assessores. Cada um é responsável por suas movimentações. Juntei as minhas declarações dos cinco últimos anos e autorizei a quebra do meu sigilo bancário.

Dez deputados foram presos por corrupção. É o pior momento?

Sem dúvida. A corrupção estruturada nas elites políticas e empresariais se estendeu ao Executivo, Legislativo, TCE, um ex-chefe do MP, ex-governadores e quiçá, outras áreas ainda não investigadas. O efeito foi devastador.

Quem apoiará para a Presidência da Alerj?

A bancada do PSDB apoiará o André Ceciliano (PT). Fizemos parte do bloco de oposição por 16 anos. Parece-nos que temos de apoiar quem não esteja submisso ao Executivo.

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