No dia seguinte ao caos instalado na Câmara, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), tentou conversar com os 33 vereadores que votaram a favor da emenda que daria à Casa a chance de escolher um novo prefeito caso um pedido de impeachment fosse aceito. Crivella conseguiu barrar, mas a fragilidade da base governista ficou exposta.
Por isso, Crivella pediu a um emissário para convidar parlamentares para encontrá-los em separado. A resposta dos vereadores foi "não". À tarde, a sessão caiu por falta de quórum. O chefe da Casa Civil, Paulo Messina, se reuniu por três horas com a turma na Presidência a portas fechadas e com seguranças na entrada para impedir o acesso de penetras.
Tá no ar!
Os vereadores, que já estavam insatisfeitos com o tratamento dado por Crivella ao Legislativo, piorou de vez após a exibição de uma reportagem na Record TV, do bispo Edir Macedo.
Segue...
A emissora tratou a polêmica sessão como "golpe". O especialista ouvido pela TV disse que a "manobra era para beneficiar o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB)".
Interesses
A reportagem ressaltou que medidas tomadas por Crivella têm "incomodado grupos econômicos". Citou o caso da suspensão do pedágio da Linha Amarela pelo prefeito.
Com chave de ouro
No fim, o âncora do programa disparou: "o que os vereadores fizeram foi vergonhoso demais".
Corujão
Após a sessão, Crivella ficou no Palácio da Cidade em reuniões de crise. Só saiu de lá às 1h30 da madrugada de ontem.
O partido da Universal
Parlamentares do PRB (Carlos Macedo, Daniel Librelon e Tia Ju) estão irritados com Wilson Witzel (PSC). O trio diz estar sem espaço no governo. Reclamaram, por exemplo, que a Ceasa foi entregue ao colega Val Ceasa (Patriota).
A conferir
Até ontem, o vereador Carlo Caiado (DEM) estava convencido de assumir a vaga de suplente na Alerj.
E aí, governador?
A tensão em Duque de Caxias após a morte do traficante Charlinho do Lixão paralisou os trabalhos do... Legislativo! Anteontem, 29 vereadores não abriram a sessão. A sede da Câmara fica próxima à comunidade onde morava o bandido.
Laranjal
O TRE-RJ manteve a inelegibilidade, por oito anos, de dois candidatos a vereador de Carapebus por uso de laranjas nas eleições de 2016. O pedido foi da Procuradoria Regional Eleitoral.
Em nome da cota
Paulo Vitor Nunes e Simone Barbosa (ambos do Solidariedade) foram condenados por fraudar a candidatura dela para ter o mínimo de 30% de candidatas mulheres na coligação com o PHS.
Retaliação?
Parte das demissões na Cedae inclui funcionários que já processaram a empresa. Um deles ganhou na Justiça, recentemente, indenização de R$ 1,3 milhão referente à equiparação de cargo e salário.
No mais
O ministro da Educação citou Pablo Escobar como exemplo para proteger jovens do tráfico.