O deputado federal Marcelo Freixo, do Psol - Foto: Daniel Castelo Branco
O deputado federal Marcelo Freixo, do PsolFoto: Daniel Castelo Branco
Por CÁSSIO BRUNO

A estratégia do Psol em votar contra a emenda que possibilitaria a eleição indireta para escolher o novo prefeito em caso de impeachment de Marcelo Crivella (PRB) foi a seguinte: abrir caminho para tentar eleger o deputado federal Marcelo Freixo o sucessor do bispo licenciado da Igreja Universal pelo voto dos cariocas. Antes de 2020, claro. O próprio parlamentar já declarou que será candidato.

Foi Marcelo Freixo, aliás, quem orientou a bancada do Psol na decisão que deu a Crivella uma sobrevida na prefeitura. Os aliados do deputado, inclusive, já estavam preparados para apoiar a alteração na Lei Orgânica, mas foram obrigados a recuar.

O discurso

Publicamente, no entanto, vereadores do Psol utilizaram expressões como "casuísmo" e "golpe" à imprensa para justificar a mudança de rumo do partido no episódio.

Segue...

Nos bastidores, porém, aliados de Freixo na Câmara ficaram surpresos.

Azedou de vez

Vereadores perderam mesmo a confiança em Crivella. Argumentam que ajudaram o prefeito a aprovar aumento de impostos. Em troca, tiveram seus indicados exonerados dos cargos do município.

Segundo semestre

Se contarmos a partir da aceitação do processo de impeachment de Crivella pelo presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), na terça-feira, e os prazos burocráticos, a votação de cassação deverá ocorrer lá para agosto.

Deu treta

Tânia Bastos (PRB) convocou ontem reunião com vereadores que votaram contra a emenda na sala da vice-presidência. Rosa Fernandes (MDB) quis entrar. Foi barrada e teve barraco. Com gritaria.

A madrinha

Além de advogado de Orlando de Curicica, Pablo Andrade, que protocolou o pedido de impeachment, é afilhado político de Rosa Fernandes.

Bem pago

Nem todo salário alto na Cedae incomoda o governador Wilson Witzel (PSC) e o presidente da empresa, Helio Cabral. Veja só o exemplo: um assessor financeiro da companhia recebe pelo cargo cerca de R$ 18 mil.

Só que...

O tal assessor também é do conselho de administração e recebe mais R$ 6 mil. A Cedae ainda repassa algo em torno de R$ 50 mil a um banco do qual ele é funcionário de carreira. Total de R$ 73 mil.

A justificativa

O argumento de Witzel e Cabral para a recente demissão em massa na Cedae é justamente os salários estratosféricos.

 

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