Para o deputado, maior desafio deste ano será voltar a gerar empregos - Divulgação
Para o deputado, maior desafio deste ano será voltar a gerar empregosDivulgação
Por O Dia

Deputado estadual pelo terceiro mandato consecutivo, Thiago Pampolha (PDT), de 32 anos, chegou à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e se mantém fiel ao mesmo partido. O parlamentar afirma, porém, não ter nenhuma referência na política. Pampolha garante que a sigla pela qual legisla segue fiel aos ideais de um de seus fundadores e líder, Leonel Brizola, que tinha na educação uma das principais bandeiras. "Acredito que o PDT vive o brizolismo. Em nenhum momento houve essa dissociação, sobretudo pelo aspecto da educação. O PDT respira a política de educação", afirma. O deputado conta que tem trabalhado em ações que possibilitem aos jovens do estado a oportunidade do primeiro emprego. Por outro lado, reforça que o "principal problema (do estado) é a segurança pública. Por conta da violência nós temos um estado paquidérmico". Confira abaixo os principais trechos da entrevista.

O senhor tem 32 anos e já está em seu terceiro mandato como deputado estadual. O que o levou para a política ainda jovem?

Disputei minha primeira eleição em 2010. O que me motivou foi realmente entender que o jovem precisava ter um protagonismo político, precisava ter voz, de alguém que pudesse discutir as pautas de interesse da juventude. Já naquela época a política estava envelhecida, sendo feita pelas mesmas pessoas, mesmas figuras, mesmos grupos políticos se perpetuando no poder. Entendi que era o momento de eu assumir esse desafio.

E o senhor tem alguma referência na política?

Na verdade, eu não tenho. Na política atual, pelo menos não.

Por outro lado, Leonel Brizola é o maior símbolo e referência do legenda à qual o senhor está filiado. O PDT se afastou do brizolismo?

Acredito que o PDT vive o brizolismo. Em nenhum momento houve essa desassociação, sobretudo pelo  aspecto da educação. O PDT respira a política de educação. O nosso presidente Carlos Lupi cobra o posicionamento da bancada em alguns temas e a educação é um tema seríssimo para o partido. Não abrimos mão de votar de forma uniforme e sempre em defesa dos profissionais da educação, de qualidade e oferta. O PDT tem sido sim uma base larga na defesa da educação do Rio. Isso vai se manter para sempre porque é esse o sentido de ser da legenda.

Quais os planos do senhor para o ano de 2020 na Alerj?

Será um ano de desafios porque mais do que nunca nós precisaremos voltar a gerar emprego. Além de falar dessas pautas prioritárias como a saúde e a educação, temos que investir na construção civil, por exemplo, para que possamos gerar emprego. A falta de emprego faz com que a violência aumente. É um ciclo vicioso.

Como preparar melhor os jovens para o mercado de trabalho?

Sou autor de um projeto que destina 10% das vagas de trabalho de empresas que têm concessão com o estado sendo destinadas para o primeiro emprego de jovens que buscam inserção no mercado. Nós entendemos que isso é fundamental porque o jovem, principalmente o fluminense, é o que mais mata e morre dentro da periferia no nosso estado, tanto por causa da milícia quanto por conta do tráfico. Se oferecermos uma educação de qualidade, qualificação de mão de obra profissional e o acesso ao primeiro emprego, estaremos ali pelo menos no âmbito da cidadania dando oportunidade para esse jovem. Temos de formar essa mão de obra, mas isso vem ao encontro do interesse e anseio da juventude, que é ter realmente o espaço no mercado de trabalho. Muitas vezes o jovem quando procura um emprego tem a porta fechada porque pedem experiência. Então, é muito complicado.

Para o senhor, o jovem está preparado para essa primeira oportunidade de emprego? O estado tem preparado esse jovem?

É um desafio permanente. Sabemos que qualquer centavo que se gaste com educação não é despesa, é investimento. Qualquer recurso que vá para a educação sempre será pouco. Entendo que o estado vem fazendo esforços importantes. Esse ano serão inauguradas várias escolas, a FAETEC (Fundação de Apoio à Escola Técnica) também tem feito seu papel. Mas isso deve ser um esforço permanente e temos sempre que buscar mais. Nosso mandato atua muito na parte da educação, sobretudo, para prover e universalizar a qualidade para todos. Então acho que o jovem talvez ainda não esteja preparado, talvez essa oportunidade ainda não tenha chegado a todos.

Quais os principais problemas que o Rio de Janeiro tem para resolver de maneira imediata? Quais devem ser as prioridades?

Com certeza é a segurança pública. Por conta da violência nós temos um estado paquidérmico. O Rio tem um potencial enorme mas a segurança acaba sendo a bola de ferro presa na nossa perna. O turismo não acontece, o comércio deixa de vender... Entendo que a segurança pública é o principal problema, mas temos que combater a sonegação fiscal porque isso abala os cofres públicos, faz com que o empreendedor pague a mais. Um empresário que trabalha certo tem que trabalhar e produzir mais para pagar e compensar essa sonegação do outro. Temos uma taxa de desemprego muito alta. Melhoramos, mas temos um déficit muito grande, mas entendo que tudo passa pela segurança pública e pela política fiscal.

E como resolver esse problema da segurança na opinião do senhor?

É fundamental as pessoas sentirem a sensação de segurança. Terem a tranquilidade de transitar por centros comerciais, passear, viajar. Isso faz com que a economia esteja aquecida. Nossa polícia é extremamente valorosa, é com certeza a melhor polícia do Brasil. Mas é uma polícia muito grande, muito inchada. É óbvio que é necessário que seja assim, isso tem ônus e bônus. O bônus é ter maior capilaridade, cada vez mais temos essa necessidade. O ônus é termos o controle do funcionamento da polícia. O PM tem salário muito baixo perto do que merece, perto da realidade que enfrenta na rua, o que ele recebe é nada. Isso precisa ser corrigido, mas o estado do jeito que está, não tem uma estrutura para resolver essa situação. Baixo salário, condições ruins para se trabalhar, o ambiente negativo para o policial mais a situação de conflito permanente que eles encontram nas ruas do Rio tornam o policial uma espécie de vítima. Até pelo excesso de agentes que a Polícia Militar tem entram pessoas mal intencionadas. Isso gera a corrupção, que é prejudicial para a polícia e para o estado.

 

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