Eduardo PaesArmando Paiva
Por Sidney Rezende
Publicado 07/04/2020 06:00 | Atualizado 07/04/2020 10:21
 A sucessão municipal do Rio gerou um fenômeno curioso: o favorito para vencer a eleição é o que menos aparece no noticiário. Eduardo Paes, do DEM, é o pré-candidato mais discreto da disputa. Mas isto não significa que ele esteja parado. Um amigo conta que "ele continua se movimentando com maestria, conversando e articulando. Não existe um único dia em que ele não se reúna com algum político, seja pessoal ou virtualmente. E Paes tem uma característica rara: ele dá atenção ao político de menor importância. Pode ser um ex-vereador ou presidente de partido pequeno. Não importa. Sua capacidade de cooptar apoio é uma de suas maiores virtudes".
No olhar afiado do cientista político e professor titular do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF, Eurico Figueiredo, Paes "por ter posição político-ideológica marcada pelo pragmatismo, sem viés partidário, escapará de provável polarização entre esquerda (Marcelo Freixo) e direita (Marcelo Crivella)". Ainda a seu favor, diz ele, "há memória, espalhada por toda a cidade, de suas obras para a Copa do Mundo (2014) e para os Jogos Olímpicos (2016). Ele poderá capitalizar esses feitos em comparação com seus prováveis e mais próximos competidores". Para Figueiredo, Paes "contou com boa avaliação de sua administração, ao sair da prefeitura em 2016. Poderá usar isso como fator de estímulo de sua candidatura. Seus competidores mais próximos não contam com esse capital político (Crivella é visto como inoperante pela maior parte do eleitorado, enquanto Freixo jamais ocupou cargo executivo nas administrações públicas)".
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O professor da UFRJ, Paulo Baía, que estuda as corridas eleitorais desde a década de 80, entende que Eduardo Paes é "um ótimo candidato, talvez o único com condições de competitividade no embate com Crivella". 
Paes tem conseguido importantes vitórias na Justiça que ajudam a pavimentar sua caminhada para futura campanha. "Os delatores, sem exceção, deixaram claro que o Paes jamais pediu um tostão de propina", diz o amigo bem informado.. Dois exemplos atuais:  a Justiça do Rio absolveu o ex-prefeito da capital de uma acusação de fraude na contratação de serviços médicos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013, quando a cidade recebeu o Papa Francisco. E também foi inocentado de outra acusação de improbidade administrativa na ação sobre um suposto rombo deixado no caixa do Rio no fim de seu último ano de governo.
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