Por Nuno Vasconcellos
Publicado 26/11/2020 00:00
Estrategistas que orientam evangélicos na tomada de decisão sobre que rumo político tomar estão preocupados com o desgaste do discurso dos pastores de igrejas pentecostais, já considerado sem eficácia eleitoral comprovada. Um deles, que pediu sigilo, contou à coluna que a narrativa do medo, agenda pró-família, ataques ao público LGBT e a publicidade de que a esquerda quer introduzir a "pedofilia" na sociedade, muito utilizado em 2018 - e que alguns candidatos tentam repetir nesta eleição -, não terá o mesmo efeito positivo que levou o presidente Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto. "Essa conversa cansou o eleitor, que descobriu que existe vida além dessa mostrada pelos fanáticos".
Um experiente político que atua desde a década de 60 concorda e acrescenta "a consequência mais grave desse fiasco dos neopentecostais é o gigantesco desgaste de sua imagem em todo o Brasil, semelhante à dos direitistas. Evangélicos estão pagando um preço alto, porque repousa no inconsciente coletivo do brasileiro um julgamento pouco lisonjeiro sobre eles, graças aos que usaram a religião para fins escrachados eleitorais". Dois segmentos, portanto, são os perdedores dessa campanha: a direita e o religioso, diz ele.
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ESQUENTA O CONFRONTO
De certa forma, o que dizem os analistas, conselheiros e observadores é que se verificou na eleição do primeiro turno da eleição municipal no Rio a difícil reeleição de nomes que, antes do pleito, eram dados como certos com expressivo apoio popular. Não foi uma eleição fácil como candidatos com base religiosa imaginavam. E a reta final da eleição entre Eduardo Paes e Marcelo Crivella está muito agressiva no horário eleitoral, onde o preferível seria a apresentação de propostas para a cidade.
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Na nossa coluna dominical, apresentamos no curso do ano extenso material que poderia ajudar a refletir sobre os rumos do Rio, mas o confronto trocado por conta do que é verdade ou é mentira mistura temas de costume e não de gestão, como a população demonstrou ser sua preferência em todo o Brasil. Alguns líderes religiosos já perceberam que o eleitor mudou e que está se libertando de manipulações. 
A força da milícia
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Crise do emprego no Rio
Liberdade de expressão no Esporte
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A jogadora de vôlei de praia Carol Solberg é a convidada do programa ABI Esporte, que estreia na próxima segunda-feira (30), às 19h30, no canal da Associação Brasileira de Imprensa do Youtube. Para falar sobre liberdade de expressão no esporte, a atleta conversará com os jornalistas Cid Benjamin, Juca Kfouri, Sylvia Moretzsohn e Marcos Gomes.