Júlio LopesLuis Macedo / Câmara dos Deputados
Por Nuno Vasconcellos
Publicado 08/12/2020 05:00
Um dos alvos da Operação Fim do Túnel, deflagrada ontem (7) pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, foi o ex-deputado federal e ex-secretário de Transportes do estado, na gestão de Sérgio Cabral, Júlio Lopes. Empresário da área educacional, Lopes sempre transitou bem na chamada alta sociedade do Rio de Janeiro. Tornou-se popular por seu namoro com a modelo Adriane Galisteu. Na política, sempre foi respeitado dentro do PP, Partido Progressista. Seus problemas começaram quando passou a auxiliar o ex-governador Sérgio Cabral.
INVESTIGAÇÃO
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Na pasta de Transportes, ele teria usado o cargo para solicitar propinas da Odebrecht no valor de R$ 6,4 milhões, entre junho de 2010 e novembro de 2014. Na época, a empreiteira estava responsável pela construção da Linha 4 do Metrô do Rio.

Além disso, Júlio Lopes teria recebido R$ 7,6 milhões da Fetranspor em troca do ressarcimento dos valores do Bilhete Único para as empresas, entre julho de 2010 e março de 2015.

Segundo a Polícia Federal, Julio Lopes deixou um rastro nebuloso também na área da Saúde. A investigação da PF diz que como deputado, entre 2016 e 2017, Lopes desenvolveu ações para que houvesse favorecimento a uma empresa de Saúde para contratos no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Júlio Lopes teria recebido três parcelas de R$ 250 mil. 
Em nota, a defesa afirma que "ao longo de quatro anos de investigações, Júlio Lopes sempre se colocou à disposição das autoridades para explicar qualquer fato. Júlio Lopes não praticou nenhum crime ao longo de sua gestão na Secretaria de Transportes e, não por outra razão, as afirmações caluniosas de delatores nunca foram levadas a sério. A esdrúxula medida, que versa sobre fatos requentados, sequer poderia ter sido decretada pelo juízo da Sétima Vara Federal do Rio de Janeiro, por ofender a competência da Justiça Eleitoral, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal".
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Twittadas do Nuno
“Organizo tudo para meus filhos não saírem de casa quando trabalho. Quem mora em comunidade tem medo de perder o filho para o tráfico ou em confrontos. Quando uma criança morre dentro de casa por bala perdida, a gente fica sem saber o que fazer”. Moradora do Complexo de São Carlos.

As mortes prematuras das primas Emilly e Rebeca trazem à tona mais uma triste realidade do Rio: as balas perdidas que encontram vítimas inocentes. Deveria ser inimaginável não ter segurança nem dentro da sua casa. A população já fica à mercê em diversos aspectos, esse não pode ser mais um.
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