A cidade do Rio tem mais de 1,5 milhão de pessoas com deficiênciaPixabay
Por Nuno Vasconcellos
Publicado 16/12/2020 05:00
Dados obtidos pela pesquisa Oldiversity, realizada pelo Grupo Croma, mostra que 71% das pessoas com deficiência entrevistadas acreditam que as empresas têm preconceito em contratar PcDs e 32% já sofreram algum preconceito por apresentar deficiência. Para a vereadora Luciana Novaes (PT), que é tetraplégica e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara Municipal do Rio, as empresas deveriam olhar para a inclusão de PcDs no mercado de trabalho. "Acredito que a percepção das pessoas com deficiência é real. Existe, sim, uma falta de projetos das empresas e empreendedores visando a contratação e inclusão no mercado de trabalho das pessoas com deficiência. Por outro lado, atualmente o nosso governo não ajuda muito, ano passado por exemplo, encaminhou ao Congresso Nacional o PL 6.159/2019 que praticamente acaba com as cotas para pessoas com deficiência ou reabilitadas. É um momento complicado, e nós precisamos discutir e conscientizar a sociedade de que as pessoas com deficiência podem desempenhar papéis importantes e ajudar em nosso desenvolvimento econômico".

Na Câmara, a vereadora Tânia Bastos (Republicanos) também é outra interessada no assunto e acompanha a causa do autismo na cidade. "Quando jovens, raramente são absorvidos pelo mercado de trabalho, mesmo os que possuem habilidades especiais. É evidente que o preconceito impede que participem até dos processos seletivos. Mas precisamos que as empresas foquem no potencial de cada um, e não nas limitações. Já passou da hora de vivermos a inclusão de forma real na sociedade".

Se há barreiras para conseguir emprego, não é diferente quando a pessoa com deficiência é consumidora, já que nem todo estabelecimento é preparado para atendê-la, seja pela falta de acessibilidade ou pela precária quantidade de produtos e serviços voltados a esse público. Segundo o estudo Oldiversity, 63% dos entrevistados com deficiência acreditam que as marcas deveriam investir em lojas planejadas para PcDs. Além disso, o mesmo número de pessoas considera que as marcas deveriam investir em lançamento de produtos e serviços para pessoas com deficiência. Lojas e comércios sem rampas de acesso e banheiros adaptados para PcDS, chão sem sinalização e piso tátil para cegos, elevadores com mais espaço para cadeirantes, falta de audiodescrição são algumas das milhares de reclamações emitidas diariamente em sites como o Reclame Aqui.

De acordo com o último Censo do IBGE, de 2010, a cidade do Rio de Janeiro tem mais de 1,5 milhão de pessoas com algum tipo de deficiência, ou seja, cerca de 25% da população carioca. 
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A ideia de se esperar 1 ano e 4 meses para imunizar a população causa frustração, preocupação e revolta. Em um país com dois centros de referência em pesquisa, Fiocruz e Butantan, e com um sistema já estruturado no quesito distribuição de vacina, como aceitar essa demora?

Não poderia ser diferente a decisão de cancelar as festas oficiais de réveillon no Rio. Sabemos do impacto na economia, mas a saúde encontra-se em colapso. Se os leitos já tivessem sido ampliados e não houvesse o fechamento dos hospitais de campanha, a realidade poderia ser outra.

Já falei aqui sobre a importância das sirenes e da prevenção em áreas de risco quando há chuva. Ontem o governador em exercício, Cláudio Castro, apresentou um plano estadual de contingência. Reativou sirenes e anunciou a instalação de mais 70. Merece reconhecimento!
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