Rio - O ministro Gilmar Mendes voltou atrás no entendimento de que é possível a prisão com a condenação em segunda instância e votou a favor da liberdade de Lula. Durante o seu voto, o ministro atacou o PT, partido do ex-presidente, à imprensa, à Ordem e ao próprio Judiciário. "A minha mudança é por reflexão. Essa possibilidade (prisão) passou a ser automática para todos os casos e em qualquer situação, independentemente da natureza do crime. É caso a caso", afirmou o magistrando lembrando outras discussões sobre o tema em 2009 e 2016.
Ele defendeu ainda que a prisão não pode ser a regra, mas a exceção e, no caso de Lula, ele só seria detido após julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apesar de beneficiar Lula, Mendes classificou o PT como um grande responsável pela intolerância. " Todos sabem que venho do governo FHC. Não vai agradar meus amigos petista", alfinetou. Em seguida, lembrou na época de Mário Covas, mesmo com câncer, que foi prefeito de São Paulo, foi atacado durante uma greve. " Zé Dirceu disse bem feito, vai apanhar nas ruas. O PT tem grande chance de fazer daquilo um pedido de desculpa pública", atacou.
Mendes também garantiu que é contra os feriados do Judiciário, férias em dobro para magistrados e até penduricalhos, como auxílio-moradia, mas sem chantagem. Lembrou que o sistema penitenciário é cheio de pobre e criticou a Ordem dos Advogados do Brasil ao lembrar da advocacia voluntário e partiu para cima da mídia. " Nunca vi uma Mídia tão opressiva ", disparou. Fez questão de declarar que é a favor de acabar com os feriados do Judiciário, férias em dobro, mas sem chantagem.