Ação por Marielle Franco em frente ao Ministério Público do Rio Estefan Radovicz / Agência O D
Por ADRIANA CRUZ
Publicado 14/06/2018 03:00 | Atualizado 14/06/2018 11:00

Rio - Onze submetralhadoras do modelo HK MP5 cedidas pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) ao Tribunal de Justiça foram encaminhadas à Delegacia de Homicídios (DH). O armamento passará por perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) por ser do mesmo modelo que teria sido usado pelos assassinos da vereadora Marielle Franco, do Psol, e do motorista Anderson Gomes.

Para identificar se uma arma foi usada no crime, os peritos da Polícia Civil fazem o confronto balístico dos projéteis recolhidos no local da execução, no Estácio, com as 'digitais' do armamento. Em nota, o Tribunal informou que "entregou à Delegacia de Homicídios, no final de maio, as submetralhadoras da Polícia Militar, modelo HK MP5, para realização de perícia".

Escolta de magistrados

As seis submetralhadoras de cano curto e cinco chamadas de armas maiores eram usadas por policiais militares lotados no Tribunal de Justiça para a escolta de magistrados ameaçadas de morte e até do presidente Milton Fernandes de Souza. O recolhimento desse tipo de armamento pela Delegacia de Homicídios foi adotado como uma espécie de praxe pelos investigadores. Já houve outras apreensões em órgãos públicos, como até das Polícias Civil e Federal.

A falta de um resultado efetivo nas investigações sobre as mortes de Marielle e Anderson pressiona cada vez mais a Polícia Civil.

'O tempo é inimigo da elucidação' - 5 minutos com Homero das Neves Freitas Filho, promotor responsável pela força tarefa do Ministério Público que atua no caso Marielle
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1 - Em três meses, houve uma reviravolta no caso. Um vereador passou a ser acusado (Marcello Siciliano), e hoje a Rede Globo cita o Domingos Brazão, que passou a ser investigado. Como o senhor avalia a importância dessa testemunha-chave?
Todas as testemunhas são importantes, nenhuma versão pode ser descartada, lógico que sempre avaliadas no conjunto das provas carreadas no Inquérito Policial (IP).
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2 - Os próprios investigadores alegam que este é o caso mais difícil da história da Delegacia de Homicídios. Há uma pressão. O tempo é o maior inimigo para a elucidação, já que a demora pode comprometer a coleta de provas?
Inegável que em crimes de homicídio o tempo é mais um fator complicador para a descoberta da autoria, mas não tenho qualquer dúvida de que uma investigação séria, como a que está sendo conduzida pela DH, nos levará a localização dos culpados.
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3 - O senhor acha que Orlando tem que ser transferido para o presídio de Mossoró?
Prefiro não me manifestar. Esta decisão foi da 5ª Vara Criminal da Capital, por iniciativa da Promotora de Justiça Titular, não tive qualquer participação.
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4 - Até que ponto a crise financeira pela qual passa o Estado do Rio atrapalha nas investigações?
A crise financeira atrapalha não só a Delegacia de Homicídios como todas as delegacias, mas a dedicação dos policiais civis encarregados da investigação supera todas as dificuldades.
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5 - O crime mostra que os assassinos foram meticulosos. O senhor acredita que foi feito um consórcio de criminosos para a execução?
Não tenho elementos para avaliar esta afirmação, nem mesmo sobre o suposto desligamento da câmera da Prefeitura, não existem provas, até o momento, de que tenha ocorrido dolosamente.

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