Rio - Novas delações premiadas prometem incluir integrantes da estrutura da Justiça no esquema de corrupção montado pelo ex-governador Sérgio Cabral e caciques do PMDB, hoje MDB. Em meio à avalanche de denúncias que vem por aí, o Judiciário e o Ministério Público são cotados como alvos certos.
É só a ponta do iceberg os depoimentos dos poderosos comandantes dos transportes do estado: Jacob Barata Filho, o Rei do Ônibus, e o ex-presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira, que confirmaram pagamento de caixinha de R$ 6 milhões, por mês, a deputados como Jorge Picciani e Paulo Melo, acusados de receberem propinas dos transportes na Operação Cadeia Velha.
Nos bastidores é dado como favas contadas que Jacob e Lélis estão em processo final de delação. Outro que também estaria colaborando é José Carlos Lavouras, que foi ex-presidente do Conselho da Fetranspor. Ele está em Portugal, mas é peça-chave para montar o quebra-cabeça que vai levar para o centro do jogo a estrutura da Justiça.
Em desdobramento das operações Lava Jato, do Ministério Público Federal, o ex-procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes foi atingido em cheio pelo depoimento do delator Carlos Miranda, operador financeiro de Cabral. Segundo Miranda, Lopes, quando foi chefe do Ministério Público, de 2009 a 2012, recebia R$ 150 mil, por mês, de 'mesada'. Lopes nega.