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Por ADRIANA CRUZ

Rio - Pelo menos 30 fotos de vistoria do Ministério Público na Marquês de Sapucaí mostram ligações elétricas improvisadas, fios desencapados, hidrantes sem mangueiras e inexistência de extintores de incêndio em camarotes, entre eles o da Riotur, no setor 11. Com base na inspeção do órgão, em outubro, o desfile passou a depender de inspeção e de um laudo especial do Corpo de Bombeiros no prazo de 24 horas por ordem da juíza da 1ª Vara de Fazenda Pública, Monica Ribeiro Teixeira.

E mais: a magistrada determinou que após o laudo dos militares com expedição de certificação de aprovação, com autorização especial, seja assinado termo de responsabilidade pelos presidentes da Riotur, Marcelo Alves, e o da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, assegurando que o Sambódromo reúne condições de segurança suficientes para os expectadores, trabalhadores, jurados e integrantes das agremiações.

Na ação civil pública, Glaucia Maria da Costa Santana, sustenta um "descaso do poder público municipal e da Liesa com a vida e segurança de todos aqueles que utilizam o local, uma vez que o não atendimento às normas legais e normativas técnicas exigidas pelo Corpo de Bombeiros remonta à construção do Sambódromo da Marquês de Sapucaí".

Segundo o MP, há mais de 35 anos, a Liesa e a Riotur não atendem às normas legais e técnicas exigidas pelo Corpo de Bombeiros. O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, questionou a ação às vésperas dos desfiles. "Nos causa preocupação esse questionamento tão próximo do Carnaval. Estamos tratando com o MP, Bombeiros e PM desde novembro e dezembro. Tudo que nos foi pedido foi feito. Segurança é importante, mas enquanto permissionários, somos apenas usuários do espaço", argumentou Castanheira.

Ele alegou não saber o teor da ação pública. "Certamente o que podemos dizer pela experiência é que os Bombeiros estão conosco no processo de estruturação dos desfiles. Seria leviano falar sobre a segurança. Nossa especialidade é falar sobre a parte artística mas, da análise do dia a dia, nada nos causa estranheza", finalizou Jorge. Procurado, o presidente da Riotur Marcelo Alves não foi localizado.

Cinco setores no foco das falhas

A vistoria que colocou em xeque o Carnaval foi feita por amostragem pelos peritos do Grupo de Apoio Técnico Especializado, do Ministério Público. As maiores irregularidades foram encontradas nos setores 3, 5, 7, 11 e 12. No setor 12, por exemplo, há hidrante de incêndio sem mangueiras, o que impede o combate de um simples princípio de incêndio.

Foram constatados ainda problemas quanto à conservação do sistema de proteção de para-raios, instalações elétricas improvisadas e um emaranhado de fios.

Choques durante ensaio técnico

Uma sensação de choques elétricos durante os ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí chamou a atenção quando passaram as escolas São Clemente, Mangueira e Portela há duas semanas. Na ocasião, torcedores reclamaram de receberem pequenas descargas em meio a um temporal.

Os choques teriam ocorrido no setor 3. Neste local, a vistoria do Ministério Público apontou para ligações elétricas improvisadas. “Há disjuntores soltos (...), cabeamento desencapado (...). Na arquibancada, não há aterramento de parapeitos, nem da estrutura de suporte do painel de LED”.

Colaborou Lucas Cardoso

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