Ricardo PereiraRodrigo Lopes/Divulgação
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Publicado 17/06/2018 00:00

O ATOR PORTUGUÊS Ricardo Pereira, o Virgílio de 'Deus Salve o Rei' é o entrevistado de hoje da coluna. E, com o início da Copa do Mundo, a gente não podia deixar de colocar Ricardo numa tremenda saia justa. Afinal, a torcida do ator será para seu país de origem ou para o lugar que o acolheu? O ator disse que torce por Portugal, mas justificou de forma coerente: "O Brasil já tem cinco títulos. Está na hora de Portugal ganhar um". Na conversa, ele afirma que quer aumentar a família (o ator já é pai de três crianças) e fala de seus projetos profissionais. Confira!

Você nasceu em Portugal, mas adotou o Brasil como seu país do coração. Para quem vai sua torcida na Copa do Mundo?

Na Copa, minha torcida vai para Portugal porque o Brasil já tem cinco títulos. Está na hora de Portugal ganhar um. Foi muito bacana e feliz a gente ter ganhado a última Eurocopa, estava até assistindo à distância. Estou torcendo para Portugal fazer uma copa incrível. Obviamente que quero que o Brasil faça uma Copa incrível e a chance disso acontecer é mais alta porque o Brasil tem um timaço e está acostumado a esses momentos de decisão. Gostaria de encontrar Portugal e Brasil na final, mas gostaria que desse pra Portugal porque a gente tem que ganhar uma copa do mundo para marcar essa geração. Vamos torcer pelos dois times, mas a vitória é de Portugal.

Você está em um momento artístico especial. Acho que pela primeira vez você dá vida a um vilão e a gente nem de longe lembra daquela figura solar, aquele homem bonito, simpático e amigos de todos. Você acha que Virgílio está mudando a forma como as pessoas veem você como ator?

Sem dúvida, o Virgílio está me dando uma possibilidade de mostrar uma outra camada como ator, e é um papel bem diferente de todos que eu representei na televisão brasileira. Virgílio está me dando a oportunidade de mostrar um outro Ricardo, com um outro olhar mais denso, mais maldoso, que é muito interessante pra mim como ator. Ele é um personagem que eu vou guardar com muito carinho.

A reação do público nas ruas mudou com você?

Tenho tido a chance de crescer muito artisticamente dentro da Globo pelos trabalhos que eu estou tendo oportunidade de fazer. Já fiz mocinhos, vilões, novela de época, contemporânea... Isso vai fazendo com que as pessoas me vejam como um ator com a carreira consolidada. Além do carinho que o público tem, elas me reconhecem também com os personagens, e me reconhecem também pela maturidade, que foi crescendo ao longo da minha carreira, e os desafios que foram colocados foram sendo cada vez maiores.

Mesmo quando não está trabalhando no Brasil, na TV, você continua atuando fora do país, na Europa. Quais são os seus próximos passos? Há projetos em vista?

Então... Eu trabalho por todo lado. Minha base é, sem dúvida o Rio, porque é aqui que eu moro e passo a maior parte do tempo. Quando tenho um intervalo de uma novela para outra, eu aproveito para fazer um teatro, um cinema, e acabo por rodar o mundo, porque eu tenho empresários em todos os lugares: Portugal, Estados Unidos, Espanha, França e aqui no Brasil. Acho que isso me faz crescer artisticamente e aprender novas coisas. Esse ano eu estou terminando 'Deus Salve o Rei'. Estreei um filme novo agora com a Paola Oliveira, fazemos os protagonistas de uma comédia sofisticadérrima. Tenho mais dois projetos de cinema esse ano ainda para rodar. Paralelamente, apresento em Portugal o programa 'Sem Corte', que está sendo um sucesso tremendo. É um programa semanal, que mostra muito o dia a dia de gravação aqui da Globo.

Como faz para dar conta de novela, programa, filme, família e idas e vindas a Portugal?

Eu sou um cara extremamente organizado. Quem me conhece sabe o rigor que eu carrego no meu trabalho, sabe que eu levo muito a minha profissão a sério! E eu gosto muito obviamente de passar um tempo com meus amigos, de ter um tempo de lazer, mas o trabalho é o trabalho e eu levo muito a sério! Tenho uma equipe que se organiza e me organiza muito bem. Eles trocam as informações uns com os outros e me permitem seguir para os compromissos, tendo tempo para descansar, para fazer coisas que eu amo, como estar com a família, brincar com meus filhos, ter tempo para namorar com minha mulher... Isso é uma questão de organização, permitindo ter tempo para ter viagens, apresentação de programa, ver os jogos de futebol do meu filho, os balés da minha filha, passear de mãos dadas com minha mulher... Haver um equilíbrio é extremamente importante!

Aliás, qual é a fórmula para que você e Francisca tenham três filhos (e planos de terem mais um) com essa vida agitada e longe das suas famílias? Vocês têm ajuda de alguém?

A gente sempre desejou ter uma família grande e foi acontecendo. A gente programou, pensou na responsabilidade que isso é, e acima de tudo na disponibilidade que você tem que ter. Ter filho é você está ali todos os dias, é deitar com eles, acordar com eles, educar, partilhar momentos, viver o momento deles... A gente já tem três filhos e existe um sonho de futuramente aumentar mesmo a família. Obviamente que a gente conta com as ajudas que vamos conseguindo ter. Francisca também é empresaria e eu tenho a minha profissão. É importante ter sempre uma ajuda, ainda mais porque a gente está longe das nossas famílias. No Brasil só tem eu, Francisca e as crianças. A gente gosta de participar das coisas dos nossos filhos. Queremos sempre aumentar a família no seu tempo, mas queremos acima de tudo agradecer por viver junto com as crianças, e por ter aprendido junto com elas.

Você recebeu uma importante homenagem do governo português recentemente. Qual é a sua ligação com o governo? Você também é Membro do Conselho da Diáspora. O que isso representa?

Recebi uma comenda de ordem ao mérito. É uma das maiores homenagens que o presidente da república de Portugal concede. Teve muito a ver com meu lado cultural e meu trabalho desenvolvido na minha profissão não só no Brasil, mas também em Portugal e França. Foi uma homenagem que me deixou muito impactado. Fiquei muito feliz! Tenho também um lado muito social. Me envolvo em muitos projetos sociais. Tenho muita ligação com essa troca cultural entre Portugal e Brasil.

Você já disse ter adotado o Brasil como seu país. E o Brasil também te abraçou. Mas essa situação do país, em especial do Rio, não te desanima? Você já esteve em alguma situação de risco na cidade?

Sem dúvida o Brasil faz parte total da minha vida. Tenho três filhos que nasceram no Brasil. Minha mulher e eu somos muito felizes aqui. Nós somos de Portugal. É o pais que a gente carrega, que a gente ama e está no nosso sangue, mas o Brasil também e um país que nos acolhe de braços abertos há muito tempo. É um lugar que chamamos de casa também, mesmo com problemas de segurança. Creio que iremos passar por cima disso. Acho muito importante a gente acreditar e ir lutando para construirmos todo dia um país melhor.

Quem são seus grandes amigos aqui? Aliás, faz quanto tempo que vive aqui?

Vai fazer 15 anos que a gente vive aqui. Tenho um montão de amigos e não dá pra listar porque alguém iria ficar de fora

Você lida bem com a exposição na mídia e nas redes sociais?

Eu lido bem com a comunicação social. Minha vida é um livro aberto. Sou um cara reservado, posto só o que eu quero postar. Não sou de polêmicas e tudo o que comunico é aquilo que acontece de verdade! Não melhor ou pior que ninguém. Meu estilo de vida é bem tranquilo.

Você fez uma cena de nudez no filme 'Alguém como Eu'. Foi difícil? Como está sendo a repercussão?

A Júlia (Rabello) brincou muito! A gente já fez algumas cenas de nudez em outros projetos na TV e no cinema. Eu acho que você tem que estar preparado pra viver intensamente o que os personagens te trazem. Lido muito bem com isso e acho que o corpo é uma ferramenta do meu trabalho. Realmente tem tido bastantes comentários, tem sido motivo de muitos posts. Gera aqueles risinhos, mas faz parte da profissão.

Quais são seus planos para depois da novela?

Descansar e ficar com a família um pouquinho. Beijar muito meus filhos, passear... Eles vão estar de férias da escola. Segundo semestre também tem muita coisa acontecendo, mas estou num momento de relaxar e me preparar para o próximo projeto no próximo ano.

As fãs do Brasil são mais atrevidas do que as de Portugal?

As fãs do Brasil são diferentes. Acho que tem um pouco mais de atrevimento. Elas são mais espontâneas e caem mais em cima. Em Portugal as pessoas são mais comedidas. Mas é muito bonito ver as reações nos dois lugares. O artista não existe sem público e se engana quem acha o contrário! A gente vive pro público.

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