No ar como Karola, em 'Segundo Sol', Deborah Secco, que ano passado completou 30 anos de carreira, diz que a personagem já entrou para o seu rol de papéis preferidos, ao lado de Iris (Laços de Familia) e Darlene (Celebridade). Na entrevista à seguir, a atriz que está entre os nomes mais pedidos da publicidade, atualmente, e faturando alto com seu Instagram, fala sobre TV Globo, internet e vida pessoal. As fotos lindas (ao lado), são de Gustavo Zilberstein para capa da Revista Top Magazine, que chega às bancas essa semana.
O que faz você ser esse case atual da internet? As empresas dizem que seus Stories estão entre os 5 que mais bombam. Acho que a internet exige uma verdade exagerada e acho que você é de verdade.
Não acho que seja uma verdade exagerada e sim a nossa verdade. Temos uma nova forma de entretenimento, se as pessoas querem atuações elas vêem novelas, séries e filmes. No nosso canal tem que ser nossa vida como ela é.
Mas certas coisas você não vai postar...
Não me desnudo 100%, coloco ali o que quero, porém sempre com verdade. Vejo pessoas crescendo na internet graças a bandeiras levantadas por elas. Qual é a sua bandeira? Ser verdadeira! Acho que essa é minha maior bandeira.Sou uma pessoa sem preconceitos e acho que minhas atitudes mostram isso, muito mais que minhas palavras. Vivo de forma livre, porém cometo erros e não me sinto apta a levantar bandeiras.
Maria flor aparece sempre muito espontânea nos seus vídeos. Acha que ela vai puxar a mãe?
Maria vai ser o que ela quiser. Realmente acho muito cedo pra saber o que ela vai ser. Sei que ela é muito espontânea, muito engraçada, vejo que ela é muito carismática, mas também vejo aptidão para muitas outras coisas. Mais do que tudo, eu prezo que ela siga a verdade dela.
Estava conversando com a Anitta e falei que acho vocês duas muito parecidas, principalmente pelo fato de as duas serem verdadeiras. As empresas que contratam gostam de gente verdadeira?
Acho que eles estão aprendendo a lidar com uma nova fórmula. Antigamente, elas gostavam de pessoas politicamente corretas, que não erram nunca e que não existem. Isso vinha pra TV através de publicidade. Agora, com a internet, eles entenderam que não adianta colocar pessoas pra contar mentiras porque a mentira não tem força. Talvez as marcas tenham que buscar pessoas mais reais do que corretas.
Você está faturando mais?
Isso é relativo, pois o mercado mudou muito, né?! Mas, esse novo formato de fazer publicidade tem me trazido boas parcerias. Estou muito feliz com as marcas que estou representando pois é uma relação de verdade, de admiração mutua.
E cachê?
Léo, não vou ser hipócrita e falar que não me preocupo com isso, mas de verdade, o mais importante é ter uma afinidade com o produto que estou representando. Tanto eu, como minha equipe nos preocupamos muito com isso. A verdade em primeiro lugar!
A Deborah sexy faturava mais do que a Deborah mãe?
Não sei se faturava mais, pois são mercados diferentes. Hoje como mãe posso falar de certos produtos que antes não podia.
Você, depois de algumas entrevistas, começou a ser olhada como um ser polêmico. E não é polêmico. É verdadeiro. Tendo uma empresária linha dura como a Piny Montoro, você deve ter levado alguns puxões de orelhas. E deve ter evitado dar algumas entrevistas...
Eu não sou uma pessoa que evito muito as coisas não. Eu sou uma pessoa que é mais fácil eu convencer as pessoas do meu ponto de vista do que elas me convencerem do delas. Tenho um trabalho lindo no ar. Se eu der uma entrevista excessivamente verdadeira, eu sei que o foco vai mudar.
Você sabe que vai causar? A entrevista que você deu na 'Trip'... Você sabia que ia causar?
Acho que as pessoas ficaram chocadas com a forma como eu comecei a me relacionar com o Hugo (Moura, marido). Eu fiquei. Ficou? (risos). Pra mim é uma coisa muito natural. Eu nunca tive a chance de ser cantada. Homem é um ser que não leva "não". E eu sou uma pessoa que proporciona medo. Quase todos os homens eu fui atrás.
Em que momento da vida você percebeu isso?
Logo cedo. Eu comecei a ficar com a fama de mulherão aos 20 e poucos anos. Isso gera um medo nos homens.
Você levou 35 anos para encontrar o Hugo. Você nunca questionou Deus?
Nunca questionei. Eu entendia muito que a minha hora ia chegar. Até cogitei morrer sozinha, mas eu dizia que se isso acontecesse era porque seria o melhor pra mim. Mas no fundo eu sabia que eu ia ter uma família, uma filha... Eu nunca imaginei que fosse ter um filho. Eu sempre soube que ia ser uma filha. Desde que eu sou criança, digo que ia engravidar aos 35 anos de uma menina, que ia se chamar Maria e que seria sagitariana. No meu aniversário de 35, eu pensei: "errei! Eu combinei algo com Deus que não aconteceu". Ilusão minha. Em poucos meses eu estava grávida de Maria Flor, que é sagitariana.
"Eu combinei algo com Deus"?
Eu combino muitas coisas com Deus. Combino que sempre que eu passar por qualquer situação difícil, Ele tem que estar do meu lado. E é impressionante. Eu tive uma depressão horrorosa depois do filme 'Boa Sorte'. Estava bem doente. Entre no hospital com o nome do médico, que é uma pessoa maravilhosa e hoje é o padrinho da minha filha. Nesses momentos difíceis, que sempre estava com uma pessoa que era a melhor do mundo. O momento ruim gerava uma coisa boa: uma grande amizade, um novo recomeço... Eu tinha provas concretas, como num papel escrito, de que Deus estava comigo. Eu converso com Deus.
A novela está melhor do que você esperava?
Eu estou muito feliz. Acho que a Karola chegou num momento em que hoje eu me divirto fazendo. Gosto muito do que eu vejo e do que o autor escreve pra mim. É uma personagem dramática, malvada e hilária. Estou muito feliz. Karola está no meu rol de personagens preferidos com a Íris (Laços de Família) e a Darlene (Celebridade).
O mundo mudou. A TV perdeu força. A gente vê a Netflix crescendo absurdamente. Você, mesmo tendo sido uma cria da TV Globo, iria pra Netflix?
Acho muito difícil. Tenho muita gratidão pelo que a TV Globo fez na minha vida. A TV Globo me deu um futuro bacana para mim, para minha filha e para meus pais. Eu acho que isso pode acontecer no dia em que a TV Globo não me quiser mais. Enquanto quiserem que eu fique aqui, eu sempre vou priorizar a TV Globo. Sou parceira de quem é meu parceiro. E eles sempre foram meus parceiros aqui. Meu salário nunca atrasou. Tudo o que eu pedi, eles estavam dispostos a me ajudar. Nos momentos difíceis eles estavam do meu lado.