O Ministério da Saúde identifica herpes genital, cancro mole, HPV, gonorreia e infecção por Clamídia Linfogranuloma venéreo (LGV), sífilis, tricomoníase e HIV como os tipos mais comuns. A contaminação por vias sexuais acontece durante todo o ano, e os números brasileiros são alarmantes. O cuidado especial no Carnaval se dá porque "a festa é um momento em que as pessoas bebem, se divertem, se liberam, e acabam tendo relação sexual sem prevenção", segundo o ginecologista Paulo Gallo. Quando o assunto é cuidado, a proteção recomendada é a tradicional camisinha, muitas vezes esquecida no calor do momento.
O urologista José Alexandre Araújo observa um aumento dessas doenças nos últimos dez anos devido a um fenômeno: as pessoas estão usando menos preservativos. "Depois da redução das taxas de morte por Aids por conta da distribuição dos coquetéis contra a doença, ninguém mais usa camisinha. As gerações entre 40 e 50 anos pegaram o 'boom' da Aids e usavam muita proteção, mas agora poucas pessoas usam camisinha. A Aids não está curada, e sim está cada vez mais resistente", explicou. No primeiro semestre de 2019, foram 1.552 casos de contaminação por HIV, o vírus da Aids, apenas no estado do Rio.
A doença é temida por sua letalidade, mas não é a única que acomete os brasileiros durante a folia. A hepatite B, alerta Gallo, também é muito grave, mas a prevenção pode ser feita com a vacina pentavalente, disponível em três doses, aos 2, 4 e 6 meses. Já Araújo alerta para o vírus HPV, também tratável com vacinas para meninas entre 9 e 14 anos, e meninos, entre 11 e 14 anos, com duas doses com intervalo de seis meses.
O tratamento e a vacinação contra todas as doenças sexualmente transmissíveis pode ser feito no Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive a distribuição do coquetel utilizado no tratamento da Aids.
Sem mistério
Este ano, a prefeitura do Rio vai disponibilizar 3,5 milhões de preservativos femininos e masculinos, além de gel lubrificante. Mas, para o cuidado efetivo, a camisinha deve ser colocada corretamente. O urologista José Alexandre Araújo explica que o ideal é colocar apenas uma camisinha por vez, sempre com as mãos, e não utilizar nada além de gel lubrificante. Ele reforça, ainda, que as camisinhas distribuídas em postos de saúde são de boa qualidade.
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