Marcia TiburiAlexandre Brum / Agência O Dia
Por PALOMA SAVEDRA
Publicado 01/10/2018 03:00 | Atualizado 02/10/2018 15:46

Pela primeira vez concorrendo a um cargo eletivo, a filósofa Marcia Tiburi (PT) acredita na recuperação da economia fluminense a partir da geração de empregos. A candidata também critica o regime acordado com a União e aposta no diálogo com os servidores do estado.

O DIA: O Regime de Recuperação fiscal foi a saída que o governo encontrou para enfrentar a crise. Sua intenção é prorrogá-lo?

Esse regime não recupera nada. A renegociação da dívida que foi aprovada no governo Temer não está na nossa perspectiva. Não pretendemos garantir continuidade desse acordo. A partir de conversa com o governo federal, com o presidente Haddad, pretendemos fazer com o que os interesses do estado realmente sejam garantidos.

E na hipótese de outro governo?

Um governo entre Marcia Tiburi e Haddad presidente terá diálogo fácil. Vamos pensar o Rio retomando as obras do estado, as escolas técnicas e os PACs das favelas. É claro que quem governar tem que ter atitude republicana. Se acontecesse a desgraça do Brasil ser governado por alguém que quer destruir o país, como alguns candidatos que estão aí se oferecendo como solução, quando na verdade foram eles que construíram o problema, é claro que vou ter relação republicana.

O acordo suspende pagamento de dívidas do Rio com a União. Então qual seria a alternativa sobre essa questão?

O governo do qual estamos falando é o governo do Haddad. Ele gosta do Rio, assim como o Lula, diferente do Temer. E vou lutar para que a gente receba os valores devidos pela União, como os da Lei Kandir. Com o valor, poderemos investir e aplicar uma espécie de Plano Marshall em prol da Baixada. A Lei Kandir não vai solucionar por completo, mas é uma questão fundamental a ser enfrentada.

Os servidores da Saúde pedem a adoção do PCCS, que o Conselho de Supervisão da recuperação fiscal diz que ameaça o regime. Vai implementá-lo?

Enquanto esse regime estiver colocado dessa maneira, ninguém poderá fazer nada. Por isso precisamos revê-lo. Não vamos optar pelo prejuízo da vida das pessoas em nome de soluções técnicas.

Pretende retomar o pagamento de salários até o 2º dia útil?

Vamos retomar e agir conforme o desejo das pessoas. No nosso governo vamos trabalhar com gestão participativa.

A senhora vai chamar aprovados em concursos e fazer outros?

Sim. Vamos reorganizar toda a máquina do estado num diálogo com o governo federal, para que esse estado tenha futuro.

Vai manter ou revogar a alíquota previdenciária de 14%?

A gente vai ter que sentar com as pessoas para decidir. O que não acho bom é sair dizendo que vai fazer isso e aquilo antes de conversar com os interessados. Se for o caso, sem dúvida, podemos revogar.

E os planos para a Cedae?

Continuará estatal. Queremos reformular a empresa, que é superavitária e tem muito potencial. Precisamos fazer com que consiga universalizar saneamento. E temos desejo de começar de maneira efetiva a despoluição da Baía de Guanabara. Para isso, a Cedae é essencial.

Conceder reajustes é uma política sua?

A gente precisa de um estado forte, que garanta direitos. Os servidores merecem ser valorizados, inclusive para se tornarem cada vez mais produtivos, mais capazes, e gerarem, em função da competência e criatividade, outro estado para se viver.

Quais medidas seu governo implementaria para a economia fluminense?

O estado tem que ser um agente indutor da economia. Para isso, precisa investir imediatamente em infraestrutura, e em obras, que vão empregar muitas pessoas, desde o engenheiro até o auxiliar de pedreiro.

Quais obras?

Estradas... Vamos ao Comperj, pensar na Indústria Naval, que tem que ser retomada no Rio. Reabrir os estaleiros. Retomar a política de conteúdo local fazendo com que a Petrobras volte a investir nas empresas e serviços que hoje estão gerando emprego na China. Obras de saneamento básico permitindo que empresas públicas e privadas se instalem em locais abandonados, com moradias de interesse social.

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