Em ato realizado no dia 10 de abril, na Câmara Federal, policiais federais acusaram presidente de traição à categoriaDivulgação/UPB
Por PALOMA SAVEDRA
Publicado 10/04/2019 18:56 | Atualizado 10/04/2019 22:30

Em mobilização realizada nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, em Brasília, agentes de Segurança Pública, como policiais federais e policiais civis dos estados, acusaram o presidente Jair Bolsonaro de "traição", e pediram que a União dê à categoria o mesmo tratamento dispensado aos militares das Forças Armadas na Reforma da Previdência. 

A manifestação surtiu efeito: a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), se aproximou do grupo na tentativa de 'apagar o incêndio', e se comprometeu a receber as demandas da categoria.

Em vídeo gravado pelos agentes, Hasselmann aparece ouvindo os representantes dos policiais. No encontro, a parlamentar também se colocou como interlocutora da classe junto ao governo.

Com os ânimos de alguns agentes acalorados, o presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), André Gutierrez, diz à Hasselman: "O texto que veio foi decepcionante para nós, que ajudamos a eleger ele. Bolsonaro traidor é em função do texto que veio".

Gutierrez diz que as associações vão definir as emendas das categorias para entregá-las à deputada. O objetivo é que os aditivos ao texto sejam levados pela líder do governo aos integrantes da Comissão Especial da Câmara — a última por onde a PEC vai passar antes de ir ao plenário da Casa.

Condições especiais

Em seu discurso, a classe ressalta que apoiou em peso a eleição de Bolsonaro, mas que foi esquecida pelo governo na PEC 6, da Reforma da Previdência dos servidores e trabalhadores civis, pois, segundo os agentes, as condições especiais de suas funções não foram levadas em conta na proposta. 

Deolindo Carniel, presidente da FenaPRF, estava no local e disse que a mobilização da categoria não vai parar. Entre os pontos da reforma previdenciária criticados pelos policiais estão as regras de pensão e a transição para a aposentadoria.

Carniel argumentou que a justificativa do governo para o que chamou de "tratamento diferenciado" aos militares se encaixam também para policiais — civis e federais. Ele cita a ausência dos adicionais de insalubridade e noturno, bem como de horas extras. 

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