Estudo sobre PDVs no Estado do Rio fica pronto em um mês
Se saírem do papel, programas de demissões voluntárias devem alcançar diversas secretarias
Por PALOMA SAVEDRA
Ficará pronto em um mês o estudo elaborado pela equipe do governo de Wilson Witzel (PSC) sobre o Programa de Demissão Voluntária (PDV) no Estado do Rio de Janeiro. A partir disso, o Executivo vai analisar, de forma mais profunda, quais áreas poderão receber os PDVs, e as possíveis vantagens e desvantagens se tirá-los do papel. O projeto de demissões voluntárias também foi idealizado pela gestão anterior do governo fluminense. Inclusive, há um empréstimo de R$ 200 milhões previsto no Plano de Recuperação Fiscal para financiar a medida. A operação de crédito também já tem autorização legislativa para sair do papel.
A maior mudança é que, antes, pensava-se em PDVs apenas para funcionários celetistas de autarquias, fundações e empresas públicas estaduais. Mas o governo Witzel também quer levar as propostas de desligamento a servidores estatutários — ou seja, os concursados. A informação foi dada pelo secretário da Casa Civil, José Luis Zamith, em entrevista à Coluna no dia 21 de abril.
A ideia, a princípio, não parece que atrairá o funcionalismo. Inclusive as categorias batem nessa tecla. Isso porque, em meio ao cenário de recessão no país, há muitos servidores públicos com receio de deixar uma vaga que tem como princípio a estabilidade para se lançarem ao mercado de trabalho e caírem no desemprego.
Publicidade
Na mesma entrevista, a Coluna indagou Zamith sobre como conseguir adesão de servidores diante da falta de perspectivas. O secretário declarou que o PDV não seria proposto de forma isolada. “Não é dar um dinheiro para a pessoa ir para a rua e jogar ela no mercado... Mas se você pensar em um todo, em que você coloca uma máquina eficiente, em que você reativa a economia, você diminui a máquina do estado, diminui o custo do estado, gera mais capacidade de colocar mais dinheiro de investimento e isso começa a girar a roda, aí faz sentido”, afirmou.
Áreas que são alvo
Publicidade
O Executivo não bateu o martelo sobre as áreas que receberão o programa. E isso dependerá desse estudo que vem sendo feito. Mas alguns pontos já foram definidos: as propostas de desligamento voluntário serão em áreas onde, teoricamente, os serviços possam ser feitos pela iniciativa privada. O PDV não seria levado às secretarias que exercem tarefas consideradas essenciais.
Alerj restringiu
Publicidade
No PDV que a equipe do ex-governador Luiz Fernando Pezão - preso em desdobramento da Operação Lava Jato - queria apresentar não saiu do papel depois de a Alerj fazer restrições. Os deputados deram aval ao crédito de R$ 200 milhões para financiar o programa, mas impediram o governo de extinguir 19 instituições públicas. Só que o Executivo queria dar acabar com alguns órgãos. E, por isso, teve que mudar os planos.
TurisRio terá programa
Publicidade
Antes de o governo dar andamento ao estudo de PDV, o secretário de Turismo, Otávio Leite, já havia levantado a ideia no âmbito da sua pasta. Como a Coluna mostrou em 1º de março, Leite quer apresentar o programa na Companhia de Turismo do Estado (TurisRio), que tem cerca de 90 empregados públicos. Segundo ele, o projeto atenderia ao pedido de Witzel para a “modernização” da máquina pública.