Publicado 24/09/2019 17:23 | Atualizado 24/09/2019 18:57
O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral — preso desde novembro de 2016 pela Operação Lava Jato —, foi ouvido nesta terça-feira por integrantes da CPI do Rioprevidência. Instalada na Alerj em 28 de março deste ano, a comissão tem como foco a investigação de transações financeiras realizadas pela autarquia estadual nos últimos anos. Cabral participou da audiência no Ministério Público Federal (MPF), e negou qualquer participação na Operação Delaware, realizada em 2014.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Flávio Serafini (Psol), o ex-governador responsabilizou o seu sucessor Luiz Fernando Pezão — também preso, desde novembro de 2018, por desdobramentos da Lava Jato — e técnicos do Rioprevidência pela transação.
Serafini tem ressaltado que essa operação de antecipação de receitas de royalties e participações especiais (PE) de petróleo, realizada pelo órgão fluminense em 2014, nos Estados Unidos, gerou uma dívida bilionária na previdência estadual. E que, para arrecadar pouco mais de R$ 9 bilhões à época, o Rio teve que acumular uma despesa ao longo do tempo de mais de R$ 25 bilhões. A transação foi mediada pelo Banco do Brasil.
Após a audiência, Serafini (Psol) comentou a participação de Cabral na CPI. Para o parlamentar, o ex-chefe do Executivo estadual "colaborou pouco" para as apurações.
"O ex-governador basicamente responsabilizou o Pezão e os técnicos pelas decisões e se eximiu de ter inclusive conhecimento de uma operação que foi autorizada no governo dele, e que chegava a R$ 9,3 bilhões", declarou Serafini.
"Infelizmente, acho que ele colaborou pouco com a CPI e preferiu responsabilizar seus técnicos. Com isso, a CPI continua seu trabalho, vai aprofundar a leitura até conseguir entender a cadeia de comando dessas operações que foram tão lesivas para o governo do Estado do Rio", acrescentou.
A audiência contou ainda com a presença de Waldeck carneiro (PT), Alexandre Freitas (Novo) e Anderson Moraes (PSL).
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