A PEC (proposta de emenda constitucional) da Reforma Administrativa que será enviada em 2020 ao Congresso abrirá caminho para outros projetos que modificam o serviço público do país. E alguns serão para mudar os salários iniciais das carreiras federais. Mas, ao contrário do que se defendia pela gestão de Michel Temer — a remuneração em torno de R$ 5 mil —, a atual equipe econômica quer definir essa base de acordo com as peculiaridades de cada profissão.
À coluna, o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, disse que especificamente esses projetos serão alinhados com as entidades que representam os servidores.
Lenhart explicou ainda que "não haverá um número mágico" para definir o salário inicial. Mas que a área econômica pretende tornar os padrões do setor público mais próximos da realidade do país — quando se compara com a iniciativa privada. Aliás, esse é um dos nortes da própria reforma administrativa.
"Entendemos que há espaço para se fazer uma adequação nos salários iniciais, pois quando se compara a remuneração inicial na iniciativa privada e na União vemos que existe uma diferença muito grande", observou.
Lenhart ponderou que, além da estabilidade (que será um dos pontos discutidos pela reforma), a valorização salarial na União é um fator atrativo para os profissionais que prestam concurso. Mas que, ainda assim, devem ser feitas adequações.
"Há como (o cargo público) continuar sendo atrativo e trazer pessoas qualificadas para a administração, mas de forma que não seja tão impactante nas contas públicas e tão descolada da realidade do país, como é hoje em algumas carreiras. Mas, isso também é um exame que se faz de carreira em carreira", disse.
Referências internacionais em estudo
Técnicos do Ministério da Economia também avaliam que não há como comparar algumas funções do setor público e privado — a exemplo das carreiras policiais e de diplomacia, entre outras, que são típicas de Estado.
A reforma vai mexer na estabilidade do funcionalismo, afetando os novos servidores. Também vai ampliar o estágio probatório, que hoje é de três anos, para oito ou dez anos.
Outra medida é a redução dos planos de cargos. A ideia, segundo declarou Lenhart à coluna em 13 de outubro, é simplificar a gestão de RH.
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