Ministro Paulo GuedesCris Vicente/DivulgaÇÃO
Por PALOMA SAVEDRA
Publicado 07/02/2020 17:23
O funcionalismo público reagiu à declaração dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta sexta-feira, quando comparou o servidor a um parasita. "O hospedeiro está morrendo. O cara virou um parasita", disse. Em contrapartida, entidades de diversas categorias estão repudiando a fala de Guedes. E estudam ainda mover na Justiça uma ação de assédio contra o ministro. 
Presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) — que representa mais de 200 mil servidores públicos —, Rudinei Marques classificou a crítica como "uma agressão gratuita e desmedida que insulta os 12 milhões de servidores públicos brasileiros". E disse ainda que parasitas são operadores de mercado que vão para o setor público. 
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"Se há parasitas na administração pública são os operadores de mercado que vêm ganhar dinheiro no Estado em vez de se preocuparem com a prestação de serviços de boa qualidade para a população. O colapso no atendimento do INSS é um atestado da incompetência do sr. Paulo Guedes para tratar questões triviais da administração pública", declarou Marques. 
Rudinei Marques (à esquerda), presidente do Fonacate, divulgará o estudo feito em parceria com a frente parlamentar, coordenada por Israel Batista (PV-DF), à direitaDivulgação Fenamp
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Ele disse isso pouco antes de o Fonacate emitir nota pública em repúdio à declaração do ministro.
Rudinei Marques afirmou ainda que já está acionando o departamento jurídico da entidade para avaliar a possibilidade de uma ação contra assédio institucional.
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O presidente do fórum lembrou que, na próxima terça-feira, haverá audiência pública da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, na Comissão de Direitos Humanos do Senado, e que "a ofensa do ministro" será denunciada no encontro.
Na ocasião, também será lançado um novo estudo sobre o serviço público nos estados e municípios. 

A frente é coordenada pelo deputado Professor Israel Batista (PV-DF), que tem defendido a estabilidade de servidores, e já disse que os trabalhos da frente são para assegurar direitos do funcionalismo, além de melhorar a prestação de serviços públicos. 
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Guedes diz que maioria da população é a favor de demissão
No seminário na FGV, Paulo Guedes também criticou os reajustes automáticos. "A população não quer isso (correção remuneratória anual) Inclusive, 88% da população brasileira é a favor de demissão no funcionalismo público", declarou ele em referência à pesquisa recente do Datafolha.
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"O hospedeiro está morrendo. O cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático", disparou. 
Repúdio de entidades
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Entidades estão publicando notas de repúdio à fala do ministro. A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Nacional), por exemplo, declarou que "repudia veementemente as declarações do Sr. Paulo Guedes, Ministro da Economia, que comparou os servidores públicos a parasitas".
"Se partilhássemos da descompostura do ministro, poderíamos compará-lo a um serviçal do mercado, que promove a falência do Estado em detrimento do povo brasileiro. Falta não só elegância ao ministro Guedes, como patriotismo", diz a nota. 
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A Unafisco disse que a classificação feita por Guedes é "rasa e generalizada, porque os auditores fiscais da Receita Federal exercem com orgulho e lisura suas atribuições sempre buscando a justiça fiscal e a proteção da economia nacional, seja na fiscalização e arrecadação dos tributos internos, seja na fiscalização do fluxo de nosso comércio internacional e de nossas fronteiras".
E concluiu, dizendo que o ministro vem praticando "assédio institucional" que já ultrapassa os limites legais e merece reação à altura.