Ministro da economia Paulo Guedes defendeu austeridade no serviço públicoMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Por PALOMA SAVEDRA
Publicado 28/04/2020 14:31
Servidores públicos da União responderam às últimas declarações dadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na segunda-feira, que defendeu o congelamento salarial das categorias por pelo menos um ano e meio. Na ocasião, Guedes ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo país diante do agravamento da crise econômica em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
O titular da pasta da Economia disse que o funcionalismo precisa mostrar que está com o Brasil e se sacrificar. E que "não vai ficar em casa trancado com geladeira cheia, assistindo à crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego".
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Presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques declarou que os servidores já estão se sacrificando. 
"Os servidores estão dando sua cota de sacrifício e estão à frente da luta contra a pandemia. São os profissionais de saúde, os pesquisadores, os servidores de Assistência Social e Segurança Pública que estão na retaguarda. São os auditores da Receita que estão nos portos e aeroportos desembaraçando insumos e equipamentos que vão ajudar na crise sanitária, são os diplomatas tentando repatriar milhares de brasileiros, enfim, diversas áreas em plena atividade", declarou.
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Rudinei Marques citou outras declarações do titular da pasta da Economia direcionadas ao funcionalismo, que, segundo ele, são "falácias".
"Os servidores têm entregado o melhor de si, como se propuseram sempre. Mas não poderíamos dizer o mesmo do ministro. O que ele está entregando? Em 2019, entregou 1,1% de PIB, um resultado pífio. Estamos com 53 milhões de brasileiros no desalento do desemprego. Entendemos que o ministro tem que parar com essas falácias e realmente mostrar a que veio", afirmou.
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Secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva afirmou que o setor recebeu a notícia (de congelamento salarial) com indignação. 
"Todos os adjetivos que o ministro está atribuindo ao funcionalismo, chamando de privilegiado, dizendo que está com a geladeira cheia, ele quer medir o servidor com a régua dele", afirmou Silva.
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"Noventa por cento dos servidores já estão com congelamento desde 1º de janeiro de 2017. Não estamos falando de reajuste nesse momento, mas não é possível ficarmos cinco, seis anos com o salário defasado. Não é justo", acrescentou.
O representante da Consdsef frisou que a população precisa dos serviços públicos e defendeu a valorização das categorias. "Não somos servidores do governo, do (presidente) Bolsonaro, do Guedes, somos da União".