Prefeito em exercício, Jorge Felippe critica gestão dos recursos financeiros que foi feita pelo governo Crivella - Cléber Mendes
Prefeito em exercício, Jorge Felippe critica gestão dos recursos financeiros que foi feita pelo governo CrivellaCléber Mendes
Por PALOMA SAVEDRA

O quadro alarmante do caixa da Prefeitura do Rio é motivo de preocupação da equipe que está tocando o governo carioca. E o cenário de 'catástrofe' financeira foi novamente reforçado pelo prefeito em exercício, Jorge Felippe (DEM), à coluna: "A situação é muito difícil. Minha angústia é o 13º salário". "Estou sentado em cima de uma bomba atômica. Estamos", disse ele, que complementou: "Estou de pires na mão, raspando o tacho".

Questionado, Felippe corroborou o que o futuro secretário de Fazenda, Pedro Paulo, disse à coluna no dia 24: não haverá condição de pagar o abono para todo o funcionalismo ainda este ano.

Presidente da Câmara e, agora, interinamente comandando o Executivo, o parlamentar fez questão de dizer que buscará ainda quitar o 13º para mais uma faixa salarial. No entanto, essa medida depende da condição de caixa, que é extrema. Neste momento, o cobertor é curto, e os recursos estão tendo que ser priorizados em sua grande parte para manter o funcionamento básico dos hospitais e unidades de Saúde do município em meio à pandemia e ao risco de greves de profissionais do setor.

Jorge Felippe fez críticas a escolhas do governo nesses últimos anos, que priorizou despesas não essenciais: "Foram opções erradas". E disse que ainda pretende fazer um posicionamento público a respeito do cenário das finanças.

"Ainda farei uma manifestação formal à população, para que o povo saiba que decisões erradas foram tomadas lá atrás: pagamento de despesas do exercício anterior que poderiam esperar; continuar a realizar obras de campo de futebol... Era uma catástrofe anunciada e denunciada", pontuou.

O prefeito em exercício acrescentou que o Legislativo atuou para o reforço dos cofres cariocas, com a aprovação de projetos, mas, segundo ele, as verbas foram mal aplicadas. "A Câmara nunca deixou de dizer o que estava acontecendo. A aplicação dos recursos é de competência exclusiva do Poder Executivo. Ele (o prefeito afastado, Marcelo Crivella) fez uma opção e estamos aí vivendo essa situação", declarou.

"Não podem imputar essa responsabilidade à Câmara de Vereadores. (Com a aprovação de projetos) A Câmara aumentou o IPTU, taxou inativos que ganhavam acima de R$ 5.645,80 (teto do INSS em 2018), criou o Concilia Rio, o Mais Valia. Se pegar o caixa da prefeitura, graças à Câmara houve mais de R$ 4 bilhões de incremento de caixa".

PIRES NA MÃO

O atual governante ressaltou que, em dezembro, não entram muitos recursos no caixa, mas no início de 2021 as perspectivas começarão a melhorar: "A partir de janeiro e fevereiro fica mais equilibrado, entram recursos, como da cota única de IPTU. Mas dezembro só tem despesas. Estou de pires na mão e raspando o tacho".

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