Parte da equipe do Mulheres do Sul GlobalDivulgação
Por André Arraes*
Publicado 15/03/2020 00:00
Mulheres do Sul Global é um negócio social com a proposta de inserir mulheres refugiadas, no mercado de trabalho, através da costura, contribuindo para seu empoderamento econômico. As refugiadas ganham uma renda fixa, o que seria difícil caso não recebessem a oportunidade. Os itens mais recebidos no Ateliê, localizado na Glória, na Zona Sul, são peças de tecido, e banners de publicidade, que não tem mais utilidade para empresas e indústrias, por apresentar erros não admitidos para a comercialização. Dessa forma, ao invés de ir para o lixo, há um reaproveitamento dos resíduos e a criação de bolsas, necessaire, mochilas, malas de viagem e acessórios.

Segundo a fundadora, Emanuela Pinheiro, há uma responsabilidade com o recebimento dos materiais: “Tudo que nós recebemos é pesado e tem toda uma lógica para aproveitar o máximo as peças, evitando o desperdício. Em 3 anos, chegaram cerca de 3 toneladas de resíduos e o aproveitamento é de, em média, 85%”. Ela conta ainda, que trabalhar com esse tipo de material é mais complicado, pois nunca se sabe o que será recebido, e em quais condições. “ Nós criamos produtos através da oportunidade da matéria prima, eu nunca sei o que vou receber, por isso os produtos são sempre únicos. É muito mais difícil de trabalhar do que com o material virgem, a energia que gastamos para fazer é equivalente à de um produto personalizado, demanda mais tempo. Às vezes as peças chegam com mofo, por passarem muito tempo nos galpões, e temos todo o trabalho de limpar e pensar em um modo de reutilizá-la”. explica Emanuela.
*Estagiário sob supervisão de Bete Nogueira
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Modelo permite a profissionalização
A equipe do Mulheres do Sul Global é formada por 32 pessoas e 14 delas são costureiras refugiadas, em sua maioria, da Venezuela, Angola e Congo. O modelo comercial permite que as costureiras recebam formação em costura no ateliê.
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Uma vez aperfeiçoadas, as costureiras realizam as demandas de suas próprias casas, conciliando suas jornadas com com os horários escolares dos seus filhos, e fortalecendo-se como empreendedoras. Essa configuração possibilita a geração de renda para quem produz e autonomia financeira para o negócio social.
A divisão é feita em dois módulos. O primeiro é para quem não sabe costurar e ensina o básico. Já o segundo é para aperfeiçoamento. A costureira demora, em média, 2 anos para ser considerada uma profissional.
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E o tipo de material utilizado no projeto traz um desafio a mais para costureiras.
"Nós criamos produtos através da oportunidade da matéria prima. É mais difícil de trabalhar do que com o material virgem, a energia que gastamos para fazer é equivalente à de um produto personalizado, demanda mais tempo", explica Emanuela Pinheiro.
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