Patrulha Ambiental retirou duas jiboias, de cerca de dois metros, das pedras da Prainha, no Recreio. Denúncias são feitas pelo 1746 da prefeitura - DIVULGAÇÃO
Patrulha Ambiental retirou duas jiboias, de cerca de dois metros, das pedras da Prainha, no Recreio. Denúncias são feitas pelo 1746 da prefeituraDIVULGAÇÃO
Por Luana Dandara*

Rio - Com o avanço cada vez maior do homem sobre o habitat dos animais, principalmente para o crescimento imobiliário, o deslocamento de espécies silvestres para áreas urbanas é inevitável e crescente. De janeiro a julho deste ano, foram 2.101 chamados de resgate de animais à Patrulha Ambiental, da Guarda Municipal em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente. A Barra da Tijuca lidera o ranking de solicitações, seguida por Recreio, Jacarepaguá, Campo Grande e Taquara.

São diversos os tipos de animais resgatados pela Patrulha: de cobras à capivaras e até pinguins. Na última semana, dois gaviões foram capturados um na Zona Oeste e outro no Centro. No fim de março, duas jiboias de cerca de dois metros foram encontradas na praia. O campeão de resgates, no entanto, é o gambá, seguido pelo mico e gavião. "Os gambás são geralmente fêmeas encontradas com seus filhotes. Essa espécie procura locais seguros para ter suas ninhadas", contou o gerente de monitoramento e fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente, Carlos Fernandes.

Segundo Carlos, a Barra está no topo dos bairros de resgate porque tem o maior número de construções de imóveis, o que favorece a migração das espécies. "É onde acontecem os novos empreendimentos e também tem uma cobertura vegetal maior, com diversas espécies nativas. Com as construções, os animais fogem de seu habitat natural e precisam ir pra algum lugar", explicou.

ATENDIMENTO NO 1746

A Patrulha Ambiental funciona 24 horas por dia e as denúncias devem ser feitas pelo 1746 da Prefeitura do Rio. O animal resgatado, caso esteja machucado, é encaminhado a um centro de reabilitação veterinário. Em boas condições, o bicho é solto logo após o resgate em seu habitat natural. "A grande maioria da demanda é por animais que saem do habitat e se ferem ou fogem. Mas também atendemos animais de comércio ilegal, e é importante ressaltar que é criminosa esse tipo de prática", ponderou Carlos. A pena de comércio ilegal de animais silvestres pode chegar a dois anos de prisão.

Em relação aos riscos para os animais silvestres causados pela interferência humana na natureza, Carlos Fernandes reforça que é fundamental os empreendimentos que desmatam áreas verdes compensarem com a criação ou recuperação de novas áreas. "O habitat e o bem-estar dos animais silvestres são muito importantes".

(*Estagiária sob a supervisão de Angélica Fernandes)

Quase o dobro de resgates
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A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) também atua no resgate a animais silvestres e domésticos. De janeiro a julho, o Núcleo de Proteção ao Animal capturou 1.166 bichos, quase o dobro do mesmo período do ano passado, quando foram resgatados 640.
O delegado Antônio Ricardo atribui o crescimento aos novos canais abertos para denúncia. Atualmente, a DPMA recebe solicitações de resgate pelo Disque Denúncia (2253-1177), pela página do Facebook 'DPMA-RJ' e pelo Whatsapp (21) 98596-7353.
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O delegado reforça que o envio de mídias junto a denúncia, como fotos e vídeos, é muito importante. "Possibilita que a apuração e o atendimento sejam feitos com mais agilidade", destacou Ricardo.
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