Por leandro.eiro

Rio - Ele roubou, matou, traficou, se apaixonou, se revoltou contra o sistema, duelou, lutou para manter sua honra, morreu — mas só queria falar com o presidente. Os hiatos conceituais de ‘Faroeste Caboclo’, a música da Legião Urbana, poderiam (e deveriam) impor mais ação ao filme de René Sampaio. Mas o foco do longa acaba sendo mesmo a rivalidade entre João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira) e Jeremias (Felipe Abib), e o romance do primeiro com Maria Lúcia (Isis Valverde). Os três, diga-se, em atuações irrepreensíveis.

Isis Valverde (Maria Lúcia) e Fabrício Boliveira (João): relação de amor e triângulo com o poderoso traficante Jeremias (Felipe Abib)Divulgação


Sobra amor, faltam ódio e sangue no ‘Faroeste’. A abertura entrega um filme com viés político (chegam a aparecer cenas de Brasília nos anos 70 e 80), mas resta pouco espaço para isso. O sofrimento de João no reformatório, por exemplo, passa batido. Já suas cenas na cadeia, lá pela metade do filme, passam arrastadas, quando muita coisa poderia acontecer.
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Marcos Paulo, que em seu último papel faz o senador Ney, pai de Maria Lúcia, poderia ter sido o general de dez estrelas que aborda João. E fica solto no roteiro. Abib é mais bem aproveitado — o poderoso traficante Jeremias é um playboy com conexões no poder, numa boa sacada de um filme que poderia ir além.
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