Por nara.boechat

Rio - Se o português já é o traço em comum entre Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde e Moçambique, os países lusófonos encontraram um elo que pode uni-los ainda mais: o teatro. É o que mostra, até o dia 30, a quinta edição do Festlip, com 20 apresentações espalhadas por cinco palcos do Rio (Teatro Carlos Gomes, Teatro Municipal do Jockey, Teatro Ipanema, Teatro Café Pequeno e Teatro Sesi).

“O Festlip é o único festival que reúne todos esses países falantes da língua portuguesa através do teatro. Embora tenham muito em comum, são muito distintos, com culturas que devem ser preservadas. É ótimo poder conhecê-las através do teatro”, vibra a atriz e produtora Tânia Pires, idealizadora do festival, que traz, ao total, sete peças inéditas.

O espetáculo ‘O Cego e o Paralítico’%2C do grupo angolano ElingaDivulgação

Este ano, o homenageado é o dramaturgo angolano José Mena Abrantes, 68 anos, fundador do grupo teatral Elinga — que traz o espetáculo ‘O Cego e o Paralítico’. “Ele é uma grande referência. Abriu portas para os grupos que existem hoje em Angola”, diz Tânia. “Teremos uma oportunidade única de assistir a espetáculos de Angola, que muito raramente vêm ao Brasil”.

De outro lado, Tânia observa que a produção brasileira também tem sido exportada a passos lentos. “A gestão político-cultural tem privilegiado musicais e grandes produções. Por isso, outras companhias — mais modestas, mas recheadas de qualidade — não conseguem se apresentar fora do país”, ela lamenta.

Mais de 25 mil pessoas

Além de espetáculos, o festival promove, amanhã, o Festlipshow, com apresentações de Abel Duërë, Vivianne Tosto e DJ MAM, no Casarão Ameno Resedá, no Catete. Além disso, o Oi Futuro Ipanema recebe, na semana que vem, palestras, debates e oficinas. Já o Teatro Carlos Gomes abriga a exposição fotográfica ‘Do Timor Leste a Portugal: Um Olhar Brasileiro’, do fotógrafo Valmyr Ferreira. A expectativa é de que as atividades atraiam mais de 25 mil pessoas.

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