Por tamyres.matos

Rio - Não tem nem cinco anos e o afrobeat era um gênero pouco falado no Brasil. Felizmente, as coisas mudaram, e hoje o ritmo criado pelo nigeriano Fela Kuti ganhou os ouvidos e os corações dos mais atentos. Parte importante desse movimento de resgate é a big band paulistana Bixiga 70, que em 2011 lançou o elogiado CD de estreia que leva o nome da banda. Agora, eles apresentam seu segundo disco, batizado com o mesmo nome do primeiro, no qual já não se prendem tanto ao gênero: ele surge misturado a influências que vão da Jamaica ao Pará, passando pelo Candomblé. O resultado pode ser conferido sábado, no Circo Voador.

“A gente sempre entendeu o afrobeat como um gênero híbrido, criado a partir da fusão de estilos. O Bixiga também sempre partiu da mistura de ritmos. O que a gente queria era fazer música instrumental dançante brasileira. Nos influenciamos muito pelo afrobeat, mas queríamos fazer a nossa própria mistura”, conta o tecladista Maurício Fleury.

‘Nós ajudamos a colocar o Brasil no cenário do afrobeat’%2C diz o tecladista Maurício Fleury (de óculos escuros)Divulgação

Ele acredita que ainda falta muito para o afrobeat ser conhecido pelas bandas de cá. “O interesse pela música africana aumentou, mas ainda é um alcance muito limitado para o tanto de relação que a gente vê entre ela e a música brasileira”, argumenta, embora reconheça que as coisas melhoraram. “Foi um movimento que cresceu aos poucos. A primeira festa ‘Fela’ (que comemora o aniversário do músico) surgiu em São Paulo, em 2007.

A (big band carioca) Abayomy Afrobeat Orquestra surgiu um ano antes da gente. Nós ajudamos a difundir esse tipo de música, ajudamos não só a colocar o afrobeat no cenário do Brasil, mas a colocar o Brasil no cenário do afrobeat. Desde que surgimos, grandes nomes do gênero já se apresentaram por aqui.”

A noite no Circo ainda tem a participação de Pedro Luís e de outros propagadores do legado de Fela: a Abayomy e o DJ Pedro Rajão, convidado da Festa da Música Tupiniquim.

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