Por daniela.lima

Rio - O choque entre personalidades antagônicas e, ao mesmo tempo, complementares está em todos os fotogramas de ‘Rush — No Limite da Emoção’, nova produção de Ron Howard (‘Uma mente Brilhante’, ‘O Código Da Vinci’). O filme se passa durante a temporada 1976 da Fórmula 1, auge da rivalidade entre os pilotos Niki Lauda (Daniel Brühl) e James Hunt (Chris Hemsworth). O primeiro é frio e cerebral. O segundo, rebelde e arrojado. Não é necessário ser um observador atento para perceber que eles são lados opostos da mesma página. Ao mesmo tempo que se odeiam, também nutrem uma admiração não declarada. 

Baseado em histórias reais, o filme mostra a rivalidade dos pilotos James Hunt (Chris Hemsworth) e Niki Lauda (Daniel Brühl)Divulgação


Essa relação de repulsa e respeito vai atingir o ápice após o acidente que quase mata Lauda no Grande Prêmio de Nürburgring, na Alemanha. Ponto alto daquele campeonato e também da narrativa do longa, é a partir dali que os sentimentos contraditórios que unem os dois competidores se fortalecem.

As cenas de corridas são registradas com precisão e dão a noção exata dos risco aos quais aqueles homens se submetiam — numa época em que a segurança dos pilotos era uma preocupação menor. Isso, no entanto, é secundário diante do cuidadoso desenvolvimento dos personagens. Howard — que já havia visitado o universo da velocidade em ‘Grand Theft Auto’, de 1977 — só escorrega perto do fim, quando apela para um didatismo desnecessário.

O maior erro que o espectador pode cometer é acreditar que ‘Rush — No Limite da Emoção’ é um filme sobre Fórmula 1. De jeito nenhum. A produção utiliza o ambiente competitivo das pistas para investigar a natureza essencial da rivalidade. E faz isso muito bem.

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