Rio - Sinal verde: na contramão de algumas produções que embarcaram na onda de comédias brasileiras, ‘Mato Sem Cachorro’, do diretor Pedro Amorim, tem o ingrediente fundamental para os filmes do gênero. É engraçado. Simples assim. O entrosamento entre Bruno Gagliasso e Leandra Leal, encarnando os papéis principais, garante fôlego à trama — que, vá lá, até que poderia ser um pouquinho mais enxuta do que os longos 122 minutos.
Nada que comprometa, porém. A diversão gira em torno de um cachorrinho batizado como Guto, da raça english shepherd, que desmaia toda vez que fica muito animado. Uma boa ferramenta para o roteiro: quando o espectador começa a sentir falta de soltar um riso, eis que o bichinho começa a abanar o rabo e, então, cai duro no chão.
Deco (Bruno Gagliasso) e Zoé (Leandra Leal) encontram em Guto mais do que um mascote para o namoro, mas um verdadeiro elo amoroso. Depois que Deco quase atropela o cachorro, os dois se conhecem, se apaixonam e logo decidem adotar o animal.
Deco é um homem largado, de barba malfeita, que aproveita o talento com música para fazer videomontagens para a internet — o que lhe rende, inclusive, uma briga judicial com a cantora Sandy, que aparece no filme. Já Zoé é uma radialista, funcionária da rádio Blast.
Mas não demora para o conto de fadas começar a desafinar. Zoé termina o relacionamento, arranja um novo namorado e, de quebra, ainda fica com a guarda de Guto. Indignado, Deco planeja uma vingança: sequestrar o animal. Para isso, ele conta com a ajuda do primo, Leléo — personagem que marca a estreia (boa) de Danilo Gentili no cinema. É história simples, que funciona na tela. E o melhor: dá para rir ‘pra cachorro’.






