O argentino Daniel Veronese dá uma aula de teatro no Rio
Premiado diretor participa de palestras no Oi Futuro e ensina sua forma simples e direta de trabalhar, com o foco na atuação
Por nara.boechat
Rio - O argentino Daniel Veronese, premiado diretor de teatro, foi convocado pelos organizadores do projeto ‘Ciclo Espaços de Reencantamento’, que acontece uma vez por mês no Oi Futuro, até março, para falar sobre seu jeito inovador de fazer teatro. “Não sou muito de falar, gosto mais de fazer. Mas o projeto me permite abordar a fantasia que é esta profissão. Trocar informação com as pessoas é uma experiência muito valiosa. Gosto quando o público pergunta sobre o meu trabalho. Há muito o que se pensar sobre a arte e como ela pode contribuir para a sociedade. O teatro é uma arte minoritária, não é como a TV, que atinge muitos espectadores, mas pode esclarecer muitas questões”, diz Veronese.
O dramaturgo Marcio Abreu%2C a crítica de teatro Tânia Brandão e Daniel Veronese em um dos debatesGuga Melgar / Divulgação
Com grande reconhecimento na América Latina por sua forma peculiar de fazer e dirigir espetáculos, Daniel afirma que sua proposta sempre é dialogar com o espectador, sem ter a preocupação de chamar a atenção de elementos extras em cena, como cenário, iluminação, músicas e figurinos.
“São experimentos, não são ideias prévias. Mas tento não me prender a esses aspectos. Muitas vezes, repito cenografia. A música, a iluminação e o figurino têm que entrar como um complemento, não podem ser o principal. Não uso nada do que não necessito. Se, para passar a mensagem, eu só precisar de um ator no palco, sem nada além disso, vou deixá-lo ali, sozinho”, acrescenta o diretor.
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Apesar de não estar muito antenado com o que acontece no teatro brasileiro, Veronese não deixa de citar um espetáculo que o encantou, muitos anos atrás. “Não tenho tido tempo de ver peças brasileiras, mas já trabalhei com atores do Brasil e gosto muito da conduta deles no palco. De tudo que já vi do país, amei ‘Macunaíma’. Vi em um festival do Canadá e me encantou a forma como trataram o texto e a trilha sonora da produção”.