Por daniela.lima
Laudir fez gravações com Chicago%2C Joe Cocker e Michael JacksonDivulgação

Rio - Ex-percussionista da banda pop Chicago, o carioca Laudir de Oliveira, 74 anos, mora em Ramos com a mulher e nem sabe onde estão os discos de ouro que ganhou com o grupo, além de um Grammy. “Quando voltei ao Brasil, deixei lá. Já devem ter leiloado tudo”, brinca o músico. Ele comemora cinco décadas de percussão preparando uma autobiografia (feita com o jornalista Washington Araújo e prevista para o segundo semestre). E toca sexta-feira no festival ‘Cais do Porto Musical’, que comemora 20 anos do Centro Cultural Ação da Cidadania.

Ele e os colegas Carlos Negreiros, Jovi Joviniano e Murilo O’Reilly fazem o show ‘Canto Negro’, só com músicas de matriz africana, às 20h. No mesmo dia, às 19h, Nei Lopes faz a palestra ‘Os Primeiros Escravos Africanos: Música e Religião’. O festival abre na quinta, às 15h, com Negreiros ministrando uma oficina de percussão para alunos da rede pública.

“Além de tocar, vou cantar em iorubá e banto”, diz Laudir, que roda o mundo desde os anos 60, quando excursionou com o grupo folclórico Mercedes Batista e com o grupo afro-brasileiro Brasiliana, do qual foi também dançarino e diretor da companhia. “Eu arrumava hotel, fazia pagamentos. Eu sabia bem dos ritmos do candomblé, mas nem pensava em ser músico, nunca fui educado para isso”, exagera.

Em 1969, ganhou o batismo pop: tocou no álbum de estreia do americano Joe Cocker, ‘With a Little Help From My Friends’. “Lembro que vi tanta droga e hippies cabeludos que quase saí correndo do estúdio”, brinca.

Depois disso, excursionou com Sergio Mendes e, em 1973, viria o Chicago, no qual ficou até 1981. “Quando vieram ao Brasil em 2010, toquei com eles. Os músicos que sobraram lá nem se falam”, diz. Em meio às turnês, tocou em ‘Destiny’, disco de 1978 dos The Jacksons. “O Michael Jackson, nessa época, era só um garoto normal, humilde. Depois que voltei dos EUA, ele até contratou minha empregada, que era testemunha de Jeová como ele”, conta.

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