Por bianca.lobianco
Para manter a boa forma%2C Luiz Caldas pratica esporte e medita com swásthya iogaRENAND ZOVKA/DIVULGAÇÃO

Rio - Haja amor, e haja tempo para desfrutar a produção incansável do multi-instrumentista, compositor e cantor baiano Luiz Caldas. “Este mês vou lançar mais um disco de samba, bem acústico. Além de uma ópera sobre o 2 de Julho, que é a independência da Bahia, outro de pop rock e uma homenagem aos orixás. Estudo ainda o lançamento de um disco de tango e um psicodélico”, lista. “Já lancei discos de rock, chorinho, em tupi, clássico de violão, samba, lambada, folclórico, em espanhol, de guitarra baiana, de dance, de reggae, sobre o Natal, de MPB, de axé, rural, brega, filosófico, entre outros”.

Apesar de tantos lançamentos, disponibilizados para download gratuito mensalmente em seu site (www.luizcaldas.com.br), não há como esquecer seus grandes sucessos dos anos 80 ‘Tieta’ e ‘Fricote’, que até hoje são lembrados e o catapultaram ao auge da carreira, vendendo milhões de cópias. Uma época, no entanto, que Luiz Caldas garante não lhe dar saudades.

"Não tenho tido tempo para ter saudade. Vivo o momento, o agora, cada segundo do presente e como ando produzindo cada vez mais, não tenho espaço para o saudosismo”, decreta.

E haja energia para tanto trabalho. O tempo passou, mas, aos 51 anos, Luiz Caldas, como o Brasil conferiu domingo passado no programa ‘Esquenta’, da Globo, está cheio de disposição. “Sou vegetariano e pratico esporte. Não bebo e medito com swásthya ioga”, explica a boa forma. “Tenho que me cuidar e manter a forma para exercer bem a minha profissão de devoção à música e à dança. A natureza me deu essa forma física e só faço conservar, respeitando o tempo-rei, senhor do destino de todos e de tudo”.

E o criador do axé (leia no destaque abaixo) não pensa tão cedo em parar de produzir incessantemente. “O ciclo vai encerrar quando eu sentir que a missão com a música foi cumprida. Até lá, muitos presentes estarão na internet, pois a música é a minha vida, o meu combustível, e eu me sinto música”, filosofa. “Em 2015, a ordem é manter essa avalanche de possibilidades musicais e abraçar os quase quatro milhões de internautas que baixaram as minhas novas canções. O sucesso continua. E o futuro é a continuação do sucesso com mais e mais criação”.

O criador do axé

O LP de Luiz Caldas ‘Magia’, de 1985, foi a partida para a axé music, sobretudo por causa da canção ‘Fricote’, também conhecida por ‘Nega do Cabelo Duro’. “Sim, eu criei a axé music e a história não deixa mentir. Alguns artistas nasceram para criar. Eu estou neste círculo. Essa é a história”, orgulha-se, destacando que no gênero há espaço até para música de protesto, como a sua ‘Atual Realidade’, da letra “É burrice, não tá com nada...”. “Estou atento, desde sempre, para os temas sociais. Ver uma criança ser maltratada é burrice, não tá com nada. Atualizando a canção, em 2014 é burrice não investir em educação e é burrice alimentar a corrupção. É burrice praticar essas coisas danosas e que geram violência e subdesenvolvimento”, dispara.

E o que você acha da turma do axé que veio depois, como Netinho e Ivete Sangalo? “São ótimos artistas, de outro momento da história, e que contribuíram para o axé ficar cada vez mais forte. Em 2015, serão 30 anos de comemorações dessa música que gera muita riqueza e alegria”, festeja.

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