Por daniela.lima

Belém - Belém deu um tempo no carimbó. No último fim de semana, a tradicional dança paraense deu lugar ao break, dos passos ágeis e piruetas mirabolantes. Foi a final latino-americana do Red Bull BC One, maior competição homem a homem de b-boys (dançarinos de break) do mundo. E mais: quem levou a melhor foi um brasileiro. Luan Carlos dos Santos, o b-boy Luan, de 23 anos, desbancou 15 competidores de dez países e levou o título para casa. Agora, Luan, que é natural de Bauru (SP), vai disputar a final mundial em Paris, no dia 29 de novembro. 

B-boy Luan venceu 15 concorrentes de dez países da América Latina Divulgação


“Fiz o meu melhor. Estou muito feliz. Dedico essa vitória à minha mãe, que morreu em junho deste ano. Meu esforço foi pra ela”, disse Luan, ainda emocionado com a final, que aconteceu sábado, no Parque dos Igarapés, na região metropolitana de Belém.

O brasileiro disputou o título com o venezuelano Lil D, também conhecido como b-boy Menor, um dos favoritos da competição. “Lil D fez o melhor dele e eu, o meu. Aqui, você pode perder na primeira (batalha), na segunda, na terceira. Mas eu tive um dia bom. Tive grandes adversários aqui, mas o calor foi a maior dificuldade”, contou Luan, que agora só pensa na final em Paris. “Vou começar a treinar já na segunda-feira (ontem), principalmente Power Moves (movimentos que os dançarinos fazem com as pernas para cima e as mãos apoiadas no chão)”, disse o b-boy.

Outros dois brasileiros participaram da final latina: o também paulista Gustavo Henrique Cabral, o Ratin, favorito ao título, já que foi o campeão nacional do Red Bull BC One, e o goiano Igor Guerreiro, o Iguin. Ratin deu show e levantou o público em suas apresentações, mas foi desbancado na semifinal por Lil D, para a surpresa de todos e do próprio brasileiro. “Pra mim,eu ganhei (do Lil D). Eu acho que dancei mais. Com todo o respeito a Lil D, ele só faz um estilo. Eu faço break completo.” E por que os jurados não entenderam isso? “Cada um tem uma ideia e cada campeonato, um padrão. Acho que foi isso. Mas tá tudo certo. Saí e torci pro Luan, que é meu parceirão”, dispara.

O júri tinha três b-boys de um seleto grupo chamado Red Bull BC One All Stars, que reúne os melhores do mundo: o italiano Cico, o americano El Niño e o brasileiro Pelezinho. Os três votaram em Lil D, tirando Ratin da final. E foi Pelezinho que tentou justificar a escolha. “Ratin é da nova geração. As duas primeiras batalhas dele foram incríveis, me emocionei. Mas na terceira, quando batalhou com Lil D, ele não conseguiu encaixar os movimentos, que foram curtos e com sequências pequenas. Acho que também faltou experiência. Lil D é mais experiente”, justificou Pelezinho, para depois elogiar. “Mas podem ter certeza de que ainda vão ouvir falar muito em Ratin. Ele é um ótimo b-boy. Se houvesse um prêmio especial aqui, seria dele”, afirmou o jurado.

E Pelezinho achou justa a vitória de Luan. “Ele errou menos que o Lil D. Luan fez movimentos mais completos, mais limpos e se sobressaiu. A vitória foi justa e a final, incrível.”

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